Uma das maiores e mais vitoriosas delegações olímpicas pode não vir ao Brasil. Por conta de problemas com doping, a Rússia, quarta colocada no quadro de medalhas nos Jogos de 2012, está ameaçada de não trazer nenhum atleta para o Rio de Janeiro.

 

Não entrando no mérito da questão, apenas na consequência. O que aconteceria com o quadro de medalhas se um país favorito a pelo menos 60 pódios na Olimpíada simplesmente saísse dos Jogos?

 

A primeira reação é que a China teria mais chances de passar os EUA no quadro de medalhas e fechar em primeiro. Isso porque em modalidades em que a Rússia vai muito bem, como saltos ornamentais, nado sincronizado, taekwondo e levantamento de peso, o caminho ficaria ainda mais livre para os chineses, potências nos esportes citados. As medalhas "perdidas" pelos russos iriam mais para as mãos de chineses do que de americanos.

 

Sem a Rússia, a entrada do Brasil no top 10 do quadro de medalhas seria mais complicada. Pode parecer estranho, mas é verdade. Sem a Rússia, o objetivo de entrar para a elite do esporte fica mais difícil.

 

Os rivais do Brasil para entrar no top 10 do quadro são Holanda, Nova Zelândia, Canadá, Polônia, Itália e Coreia. Esses países teriam caminho livre em mais modalidades sem a Rússia. Polônia e Canadá (no atletismo), Itália e Coreia (na esgrima), Nova Zelândia (no ciclismo) e Holanda (ginástica, judô, handebol e vôlei) iriam ganhar mais medalhas.

 

Em número de medalhas, claro, o Brasil sairia ganhando. Em esportes como atletismo, boxe, ginástica, handebol, judô, luta e vôlei, o caminho ficaria menos complicado para o pódio sem russos. Mas o Brasil "ganharia menos" que seus rivais pelo top 10.

 

A "nota de corte" para ser top 10 subiria de 27 para 31 ou 32, aumentando, assim, a dificuldade de ser top 10.