Quem sofre com a halitose não deve sentir vergonha de procurar ajuda médica. Porém, para que isso aconteça, é preciso que a pessoa saiba que tem esse problema, certo? Só que nem todo mundo percebe que está com mau hálito por causa da fadiga olfatória, que é quando o nariz se acostuma com o cheiro ruim da boca e não faz mais o alerta do mau cheiro. Mas então, como a pessoa pode descobrir se tem halitose ou não?
Para responder essa pergunta Ana Cristina Zanchet e Arany Tunes, dois especialistas no diagnóstico e no tratamento da halitose, citaram alguns sinais que podem ajudar nessa questão.
Primeiro sinal: o teste
“Faça uma conchinha com as duas mãos sobre o nariz e a boca e sopre o hálito dentro”, indica Ana Cristina. Outro teste muito conhecido é o de lamber o dorso da mão ou o pulso e esperar 15 segundos para cheirar a região. Se o odor não estiver agradável, você pode estar com mau hálito. Mas Arany alerta: “Esta percepção deve sempre ser confrontada com o resultado da halitometria (exame feito num aparelho que mede o hálito). Às vezes o paciente sente um cheiro que não existe”.
Segundo sinal: alteração salivar e pouca ingestão de água
A saliva (que é feita por 98% de água) é a grande responsável pela limpeza da boca, sendo considerada pelos especialistas um detergente natural. Quando seu fluxo está menor, permite que bactérias que geram odores ruins fiquem mais ativas na boca. Por isso, se a pessoa bebe pouca água, pode estar contribuindo para essa alteração salivar.
Terceiro sinal: gengiva que sangra
“A inflamação gengival pode causar um sangramento, que associado a uma maior descamação da gengiva, gera um alimento importante para as bactérias bucais, que acabam produzindo um hálito muito desagradável”, diz Arany.
Quarto sinal: gosto ruim na boca
Se você costuma sentir um gosto ruim na boca com frequência (de preferência amargo), tem a sensação de que ela nunca fica limpa ou que o gosto do alimento demora para passar, você pode estar com mau hálito. Isso porque a sensação de paladar alterado está associada à presença excessiva de placa bacteriana, saburra lingual ou cáseos amigdalianos (placa bacteriana nas amídalas).
Quinto sinal: a reação das pessoas
“De todas as Alterações Comportamentais Decorrentes da Halitose (ACDH), julgar o próprio hálito pela reação das pessoas (como coçar o nariz, oferecer uma bala, se afastar etc), talvez seja a mais presente e a que mais incomoda os pacientes”, diz Arany.
Essa prática pode ser uma forma de descobrir se seu hálito não está legal, mas ela pode também trazer erros de julgamento. “Quem sofre de halitose sub-clinica desenvolve alterações do seu comportamento devido a observar reações externas, gerando até mesmo neurose”, alerta Ana Cristina.
Mais importante: enfrente o problema e pergunte sobre seu hálito
Para ambos os especialistas, mais eficaz do que observar qualquer um desses sinais é ter coragem de enfrentar o problema e perguntar de uma vez como está seu hálito. “Apesar de existir um mito de que as pessoas não reclamam do mau hálito por medo de magoar o outro, minha experiência de 15 anos nesse ramo prova o contrário. De cada 10 pacientes que atendo com halitose real, 9 tiveram queixas diretas de algum familiar ou amigo íntimo”, diz Arany.
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