Com chegada de frente fria, guarda-chuva e máscara são os acessórios do dia.
Ônibus com janelas fechadas e roupas molhadas. Com a chegada da primeira frente fria em tempos de pandemia, o medo de contrair o novo coronavírus aumenta nas ruas de Campo Grande.
Quem se lembrou que usar o transporte coletivo fica mais arriscado foi a vendedora Adna Silva, de 20 anos. “Vim com as janelas fechadas e o ônibus cheio de gente. Acho que com o frio a probabilidade de disseminar é muito maior”.
A preocupação da trabalhadora é também levar o vírus para casa. O marido está trabalhando em home office, mas ela continua saindo todos os dias para cumprir a carga horária. Por isso, não abre mão da máscara. “A gente tem que se cuidar fazer a parte da gente, porque às vezes a gente nem sabe que tem [o vírus] e passa para quem está se cuidando”.
A auxiliar de produção Luciana Oliveira, de 33 anos, veio de Sidrolândia para resolver alguns problemas em Campo Grande. Ela também investiu na máscara. “Não sou de Campo Grande e como aqui está mais complicado, preciso me proteger”.
Luciana diz temer mais pelo filho, de 13 anos, com a chegada do frio. “Adolescente é igual idoso, não quer parar em casa”.
O pedreiro João Rodrigues, 53 anos, não acredita que necessariamente a mudança de temperatura tenha alguma influência, mas diz que a incerteza só aumenta a asiedade em relação ao destino da pandemia. “Lá no Amazonas a coisa está feia e faz mais de 40ºC”.
A esposa, Cleonice do Nascimento, de 49 anos, é portadora de doença crônica e, portanto, faz parte do chamado grupo de risco. “A gente não deve relaxar porque o caso é sério”.
Riscos - A aproximação com a estação mais fria do ano, é sim um fator de risco, dizem autoridades em Saúde. O inverno só chega no dia 21 de junho, mas até lá, as frentes frias serão mais recorrentes, conforme previsões meteorológicas.
Se por um lado, o frio faz a pessoas ficarem em casa, por outro, é o período que traz também a incidência mais alta de circulação de vírus respiratórios - como o que causa a covid-19.
Na semana passada, a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, fez o alerta.
"Ainda não entramos no período de inverno, quando temos mais circulação de outros vírus respiratórios e as pessoas tem sua imunidade mais baixa. Nós não podemos vacilar. Normalmente temos uma circulação mais expressiva dos vírus respiratórios que acometem a SARS [Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês]”.
Previsão - O dia amanheceu chuvoso hoje, chuva que abre o caminho para a queda de temperatura. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta de declínio maior do que 5ºC para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
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