Fabiano é deficiente físico e mental e procurou unidade pois estava com suspeita de Covid-19.

Com queimadura após ser esquecido em exame no HRMS, família diz que rapaz corre risco de amputação

Fabio Aparecido de Assis, 39 anos, está internado no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) com risco de ter o pé amputado depois de sofrer queimadura ao ser esquecido dentro de um equipamento de tomografia.

Conforme a irmã, Fabiana de Assis Macucci, o irmão é deficiente físico e mental e procurou o hospital pois estava sentindo falta de ar. “Disseram que poder ser coronavírus, então, ficou internado”, relata.

De acordo com o relato de Fabiana, realizaram vários exames em Fabio a fim de avaliar o estado de saúde do rapaz. Porém, ao realizar um exame de tomografia, a equipe teria esquecido o paciente no equipamento, causando queimaduras no pé dele. “Falaram que tinham esquecido uns minutinhos e que iria ser só um queimadinho”, disse.

Logo recebeu alta e voltou para casa. Porém, quando o tio de Fábio, que o acompanha no hospital, tirou a faixa que ele usa no pé para dar banho no sobrinho, viu a situação da queimadura.

Então, o pé de Fábio começou a piorar e, ao voltarem ao HRMS, o médico indicou internação novamente, agora para tratar o pé. “Ele tá lá, mas não estão fazendo nada, está cada dia pior”, lamentou Fabiana.

Conforme a irmã, os médicos avaliam fazer uma raspagem ou até mesmo amputar o pé. “Nós não aceitamos isso, estamos revoltados”, exclamou.

A internação mais recente para tratar o pé completa 9 dias nesta quarta-feira (24). “É bem difícil. Durante o dia é meu tio que fica com ele, mas à noite temos que pagar alguém e já está bem complicado. Ele tem 39 anos, mas mentalidade de 2”, desabafou Fabiana.

A reportagem cobrou explicações do HRMS, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

Histórico de ‘superbactéria’
Em 2011, o HRMS confirmou que estava com pacientes infectados pela ‘superbactéria’ KPC. Na época, o hospital confirmou que estava com falta de sabonetes e realizou campanha para funcionários lavarem as mãos.

Em 2015, situação mais grave assolou o hospital. Novamente, uma bactéria infectou pacientes. O hospital chegou a investigar a ligação da morte de 7 pessoas com a bactéria.