Secretaria ainda planeja outras iniciativas, como rastreamento de casos e testagem em massa nas aldeias.

Com surtos de covid nas aldeias, Saúde pede dose de reforço para todos os indígenas de MS

O coronavírus continua se espalhando nas aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul e a situação preocupa as autoridades de saúde. Já foram identificados surtos em aldeias de quatro municípios do Estado e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) teme que os casos se espalhem para mais regiões. Para ajudar a conter a contaminação, a secretaria defende a aplicação da 3ª dose em todos os indígenas a partir de 12 anos. 

O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, falou sobre a situação das aldeias nesta manhã. Ele afirma que há presença de surtos de coronavírus em aldeias de Dourados, Tacuru, Paranhos e Japorã. 

Como medida para conter o vírus, a SES afirma que coloca equipes, equipamentos e insumos à disposição, para evitar que o surto se espalhe em mais aldeias. O secretário Geraldo Resende reforça que o controle da pandemia é de responsabilidade do Ministério da Saúde, mas aponta que não é hora de discutir sobre o assunto. 

“Não vamos ficar discutindo quem é o responsável. Queremos construir todas as condições para que a gente possa ter o cessar desses surtos, ter a noção exata das dimensões, fazer o rastreamento, monitoramento e testagem em massa da população indígena”, disse. 

O secretário ainda comentou que defende a aplicação da 3ª dose em toda a população das aldeias, mas que o Ministério da Saúde e a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, não teriam sido favoráveis à proposta. 

“Eles foram imunizados logo no início, quando só tínhamos a Coronavac, mas já está demonstrando que a Coronavac decai, após o sexto mês, a capacidade de resposta do organismo sensivelmente. Advogo, inclusive, a todos os adolescentes indígenas acima de 12 anos e a todos os grupos etários que a gente possa fazer a dose do reforço”, ressaltou Resende. 

Surtos nas aldeias
Casos de coronavírus forçaram a suspensão das aulas em escolas de Dourados, a 125 km de Campo Grande, e autoridades de saúde demonstram preocupação com o cenário da transmissão em Mato Grosso do Sul. Na última semana, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontou que há um surto da doença dentro das aldeias indígenas do município. Uma das causas apontadas é a vacinação tardia nas reservas. 

O secretário Geraldo Resende explicou o surto da doença dentro das aldeias indígenas. “Há surto do coronavírus dentro das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. Temos feito esforços, nos colocando à disposição do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que é vinculada ao Ministério da Saúde”, disse. 

“Esse surto poderia ter sido evitado se tivesse iniciado a imunização das comunidades indígenas ao mesmo tempo. Aconteceu muito mais cedo na população não indígena do que na indígena, não foi falta de cobrança à Sesai e Dsei, fizemos vários pedidos e interlocuções, mas tivemos respostas tardias”, explicou Resende.