
Certa vez, ao assistir a um programa de entrevistas, presenciei uma cena que me marcou. Era um dos grandes ícones da história do empreendedorismo e do mercado global, dizendo que abandonara os estudos na universidade para criar sua própria empresa e ainda relatou que, quando decidiu fazer isso, passou na sala de aula de seu melhor amigo e o convenceu a desistir do curso e ser seu sócio.
Até aí, nada de tão anormal. Se não estivéssemos falando de um aluno de uma universidade chamada Harvard, de nome Willian Henry Gates III, mundialmente conhecido como Bill Gates, o co-fundador da Microsoft, a multimilionária dona do Windows e muitos outros produtos.
Fiquei pensando no que leva uma pessoa que entra em uma das mais renomadas universidades mundiais a desistir de tudo e se arriscar em uma empresa pequena, própria e sem recursos financeiros suficientes para alavancar um grande sucesso imediato.
Bom, vamos apertar o pause e comentar uma outra história interessante, para depois juntarmos a essa de Bill Bates.
Em 12 de junho de 2005, uma das turmas de formandos da universidade de Stanford, nos EUA, foi agraciada pela maravilhosa palestra de um dos símbolos do empreendedorismo mundial, Steve Jobs, o fundador da Apple, tido como um dos grandes nomes da história, que falava para um grande público de jovens e professores. Ele frisava que aquele momento estava sendo marcante, pois era o mais próximo que havia chegado de uma formatura. Ou seja, Jobs assumia publicamente que nunca havia se formado em um curso universitário, já que também havia abandonado a universidade para trabalhar em um projeto chamado Macintosh, o Mac, que gerou a Apple. E explicava sua vida, de uma forma clara, moderadamente poética e objetiva, surpreendendo e emocionando a todos.
Quando terminei de assistir ao discurso, pensei: “O que leva uma pessoa a desistir de um curso universitário para arriscar tudo em um projeto sem todas as condições e garantias que levam ao sucesso certo?”
Era a mesma pergunta que eu fazia sobre Bill Gates, sobre Silvio Santos, sobre o publicitário Washington Olivetto, sobre Carl e Todd (dois grandes campeões do basquete mundial, hoje empresários do esporte), sobre alguns profissionais e estagiários que passaram e continuam passando pela minha vida, além de vários outros nomes, uns famosos, outros nem tanto. E incluo a mim mesmo.
Muitas vezes, criamos cenários de crescimento que não são adequados à nossa realidade. Queremos viver a vida de outras pessoas e seguir caminhos que dificultam nossa jornada, apenas por acharmos que temos que seguir as convenções naturais que o mercado e as pessoas nos impõem e, com isso, esquecemos de viver, mais do que nossos sonhos, as nossas ilusões, aquelas que nos movem. E assim perdemos nossas percepções e deixamos de ouvir aquela voz interior que nos impulsiona para grandes realizações.
O mundo global é extremamente competitivo e não importa de onde você venha, onde você mora, em qual cidade ou país você nasceu, você sempre será cobrado por resultados, sejam eles quais forem. Você será julgado e avaliado por suas atitudes, seja fazendo algo, como deixando de fazer, sempre você será cobrado.
O que mais vejo nas pessoas, principalmente em países que passam por uma fase de desenvolvimento, como Brasil, Angola, México, Índia, China e outros, é que os jovens deixam de fazer muitas coisas importantes para suas vidas, esperando por uma grande oportunidade, mas deixando de se preparar para ela. E quando esse grande dia chega - e acredite, ele chega sim - essas pessoas não estão preparadas. O momento chega e passa. Simplesmente, vai embora, e a realidade não é transformada, pois as chaves não se encaixam, novas portas não são abertas e a vida segue, dentro do mesmo curso, ficando apenas as queixas, as lamúrias e a sensação não da “perda”, mas a do “não ganho”. Afinal de contas, somente perdemos aquilo que temos.
O ser humano é um “bicho estranho”. Quer tudo, sempre almejando e sonhando com um futuro melhor. A maioria se prepara pouco e quer muito mais do que merece, como se a vida fosse obrigada a “dar algo de graça”. Aí não consegue. Passa a vida como espectador ou coadjuvante. E o que resta? Reclamar. Juntamente com a galera do “sou mais um nessa vida!”
Na verdade, nós gastamos muito tempo bom com coisas fúteis, desnecessárias. Deixamos de focar nossas energias no que realmente importa e, com isso, entregamos resultados muito abaixo do normal, para depois ficarmos nos queixando de que não temos chances ou que nossas condições não nos ajudam ou que nossos países são difíceis.
Então, o que define o sucesso de pessoas como Bill Gates, Steve Jobs, entre tantos outros? Suas decisões. Simples assim.
Quando Gates e Jobs decidiram abandonar seus cursos, em nenhum momento eles optaram por parar de evoluir, se desenvolver e capacitar-se para realizar seus sonhos. Ambos estudaram muito, lutaram muito e aprenderam com os erros e acertos, mas, nos dois casos, eles usaram de todos os recursos intelectuais que tinham e buscaram cursos e referências que os levaram a atingir seus objetivos.
Bill Gates fundou a Microsoft depois de ter estudado e testado mais de dez mil horas, fez cursos diversos, de direito a criatividade, de design a economia, ele estudou muito e nenhum desses cursos estava dentro dos muros da universidade. Somente em 2010 ele veio a concluir seu curso universitário, quando já era o homem mais rico do mundo.
Steve Jobs tornou-se um dos grandes exemplos da “nova era da tecnologia”, criou uma das empresas mais valiosas do mercado e faleceu sem nunca ter tido um diploma universitário. Porém, quando tomou a decisão de abandonar o curso em que estava, na universidade de Reed College, tinha a certeza do que queria e foi atrás de realizar seus sonhos. Nesse período, fez muitos cursos, principalmente o folclórico, porém verdadeiro e não menos importante, curso de caligrafia, que lhe deu a sensibilidade de ver a perfeição com que tudo poderia ser feito, fato que foi marcante na história da Apple e esse princípio é aplicado até os dias atuais.
Pessoas de sucesso sabem de algumas coisas, mesmo que involuntariamente. Elas sabem o que precisa ser feito, sabem o que querem, sabem o quanto precisam estudar e focar suas energias e sabem que precisam de parcerias para concretizar seus objetivos.
Agora, responda para si mesmo:
Você faz o que é certo e preciso?
Você busca otimizar seu tempo para evoluir?
Você é competitivo?
Quais as desculpas que você dá para se enganar e sabotar seus planos?
Você sabe o que quer?
Você busca boas parcerias?
Você está atento ao que acontece?
Você lê, estuda, se aperfeiçoa, está sempre apto a aprender algo novo?
Você se considera um vencedor ou um coitadinho?
Enfim, você dá desculpas ou resultados?
Pense nisso. Pense nas atitudes que o estão levando para algum lugar e veja se este lugar é o local desejado. Se é realmente onde você quer estar. Mude o status quo. Molde sua realidade. Modele quem você é, como é visto, e melhore, dia após dia, o seu mundo.
Lembre-se: “Tão importante quanto encontrar boas oportunidades é estar preparado para elas”.
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