Conheça o garoto que abriu uma empresa aos 13 anos

Shubham Banerjee diz ser uma pessoa normal como qualquer outra de 13 anos. Isso é verdade, a não ser pelo fato um tanto espantoso de que ele acaba de criar uma empresa, a Braigo Labs. Atualmente, ele é a pessoa mais nova do mundo a receber um investimento de risco.

Palestrante da 8ª edição da Campus Party, ele contou um pouco da sua jornada. Tudo começou no início do ano passado, quando Banerjee juntou um kit de robótica da Lego com a vontade de ajudar as pessoas. Fazendo uma rápida pesquisa no Google, o jovem belga descobriu que uma impressora para braile, a linguagem usada pelos cegos, custava em torno de US$ 2.000. Foi aí que surgiu a Braigo, impressora de braile de baixo custo usando o kit Minstorms EV3 da Lego, um rolo de papel especial, pilhas e um pouco de programação. O custo total do protótipo foi de US$ 500 e, depois de finalizado, sua montagem foi disponibilizada gratuitamente na internet.


A ideia deu tão certo que chamou não só a atenção da imprensa, mas também de fabricantes como a Intel, que mais tarde, foi a investidora do projeto e também fornecedora de componentes para a Braigo 2.0, segunda versão da impressora.

Ela recebeu um novo design, mais semelhante a uma impressora normal, além do chip Edison, da Intel, que ajudou a aumentar a rapidez na impressão. Por fim, a Braigo 2.0 possui conversor de documentos em braile, tecnologia que em softwares normais, pode custar US$ 500 a US$ 600.

Segundo Banerjee, atualmente existem 285 milhões de deficientes visuais no mundo, sendo destes 35 milhões de pessoas cegas e 250 milhões com pouca visão, beirando a cegueira. “Não posso trazer a visão delas de volta, mas posso tornar algumas coisas mais fáceis”, afirma.

No momento, a Braigo 2.0 está em fase de aprimoramento para que, em breve, chegue ao mercado pelo mesmo preço inicial de US$ 500. Shubham contou a plateia que quis comercializar a Braigo não pelos lucros, mas sim para ajudar as pessoas que não tinham condições de montá-la em casa.

Para tanto, Banerjee decidiu abrir uma companhia com o auxilio de seus pais. Enquanto o pai do garoto se tornou o investidor anjo do negocio, a mãe de Shubham assumiu o cargo de CEO na Braigo Labs, que está localizada no Vale do Silício. Além da família, outras nove pessoas foram incorporadas ao time.

Banerjee revelou ainda que durante o processo, foi alvo dos chamados “trolls”, que criticaram a ideia. “Se há negatividade, é porque eu estava no caminho de algo importante”, defende. Mas isso não desanimou o garoto. Além da Braigo, ele espera que em breve, a sua empresa possa criar outras tecnologias “humanizadas”, isto é, que são “simples, acessíveis e que estão preocupadas em captar problemas reais”.

Questionado pelo Olhar Digital de quais seriam suas dicas para quem pretende criar seu app, startup ou outro produto tecnológico, Shubham cita três. “Em primeiro lugar, não se concentre em algo de US$ 1 milhão, mas sim algo para ajudar alguém. Em segundo, você vai precisar de ajuda. Não tente fazer tudo sozinho, pois dificilmente você chegará lá. E por último, não espere, faça. Ouça seu coração”, recomenda.