Será que as pessoas avaliam como as decisões de compra podem influenciar diretamente no meio ambiente, a qualidade de vida das gerações futuras e do próprio indivíduo? Quantas pessoas se preocupam com a origem e a forma de produção dos produtos que consomem? Quantos deixam de comprar itens daquela marca que adoram após uma denúncia de trabalho escravo ou infantil? A reciclagem já faz parte do dia-a-dia da maioria das pessoas? E na hora de cuidar da saúde, será que as pessoas se previnem de doenças ou procuram tratá-las à medida em que elas aparecem? Esses são apenas alguns dos questionamentos que levaram o Opinion Box em parceria com a Dia Comunicação e o Portal Mundo do Marketing a realizar uma pesquisa inédita com o tema “Consumo Consciente”.
O estudo foi feito pelo Opinion Box, plataforma de pesquisa digital. Para o levantamento, 1138 pessoas foram entrevistadas em todo o país via internet. Participaram da pesquisa pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e regiões do país. Com base nos resultados obtidos, o Opinion Box desenvolveu o ICC - Índice de Consumo Consciente. “É interessante notar, com base nos dados gerais levantados pela pesquisa, que os internautas apresentaram um ICC mais alto em relação ao Modo de Vida, e mais baixo em relação a Alimentação, Saúde e Bem-Estar”, avalia Felipe Schepers, COO da empresa de pesquisa.
As mulheres atingiram um ICC mais alto do que os homens em todas as categorias, com exceção do quesito Alimentação, cuja diferença está dentro da margem de erro. Já na análise por idade, foi identificado que quanto mais velhas as pessoas, maior o ICC. Assim como quanto maior a renda, também maior o ICC.
A pesquisa detectou que 54% dos brasileiros preferem consumir produtos de marcas reconhecidas por cuidar do meio ambiente e 45% afirmam que diminuíram o consumo de supérfluos para reduzir o uso de recursos naturais e, consequentemente, o descarte.
Quando questionados sobre a troca ou compra de produtos usados como alternativa de preservação ao meio ambiente, as opiniões são divididas: 39% dizem fazê-lo sempre ou com frequência, enquanto 35% admitiram ter este comportamento às vezes e 26% não o adotam nunca ou raramente. Além disso, 56% dos internautas afirmaram procurar embalagens ou formas alternativas de transportar os produtos que sejam menos prejudiciais à natureza.
Os meios de produção dos itens de consumo também foi tema da pesquisa. 45% das pessoas afirmaram buscar informações sobre emprego de trabalho infantil ou análogo ao escravo entre as marcas das quais costumam comprar. Importante registrar que 24% dos entrevistados, no entanto, nunca pensaram a esse respeito. No caso dos dermocosméticos e produtos de higiene e beleza, os dados são mais preocupantes. Apenas 26% das pessoas disseram se preocupar com informações sobre o teste desses produtos em animais, enquanto 31% nunca pensaram sobre o assunto. Vale ressaltar que as mulheres estão mais engajadas no tema: 32% das entrevistadas disseram se preocupar e buscar informações sobre o tema, enquanto apenas 19% dos homens costumam fazê-lo.
O uso de componentes cancerígenos na fabricação de itens de higiene pessoal e beleza é motivo de preocupação para 38% dos entrevistados, que disseram buscar informações a respeito. Por outro lado, 27% das pessoas nunca procuraram saber se a empresa na qual trabalham adota alguma prática consciente com o meio ambiente.
As pessoas também parecem ter entendido a importância da leitura dos rótulos dos produtos para avaliar a quantidade de sódio, glúten, lactose, conservantes, corantes e açúcares refinados: 57% mencionaram ter o costume de verificar esses dados sempre ou com frequência, enquanto 24% buscam essas informações às vezes.
Ainda falando sobre alimentação, os alimentos orgânicos parecem começar a ganhar espaço: 41% dos brasileiros consomem esses alimentos de vez em quando, enquanto 33% mencionaram adquiri-los com frequência. Quando os transgênicos entraram em pauta, 51% afirmaram que não os consomem, enquanto 10% admitiram comprá-los. Em contrapartida, apenas 16% dos entrevistados costumam consumir mais produtos naturais do que industrializados e 45% não seguem práticas alimentares como as linhas Vegana, Vegetariana, Naturalista, Onívora, Ayuveda, entre outras.
Quando a saúde e o bem-estar se tornaram foco das perguntas, 34% dos entrevistados mencionaram praticar a medicina preventiva ao invés da curativa e 42% disseram que procuram se medicar utilizando produtos naturais, homeopáticos ou alimentos funcionais e ervas. Os tratamentos alternativos, como acupuntura, cromopuntura, fitoterapia, aromaterapia, iridologia, self healing, body talk, ayuveda, medicina chinesa, massoterapias – shiatsu, entre outros, ainda são pouco procurados. Apenas 18% mencionaram buscá-los quando precisam curar alguma doença ou amenizar algum problema.
Um dado interessante surgiu quando as pessoas foram questionadas sobre o uso de transportes coletivos ou alternativos para percorrer distâncias maiores do que 2 km. 50% dos entrevistados disseram buscar essas opções. No caso das mulheres, o índice chega a 55%.
A separação do lixo para reciclagem é feita com frequência por 52% dos entrevistados. 20% das pessoas mencionaram fazer a coleta seletiva às vezes e 28% não o fazem nunca ou fazem raramente. Porém, 56% dos respondentes disseram usar artigos reciclados no dia-a-dia. “Isso é muito interessante. As pessoas se preocupam em usar produtos reciclados, mas nem todos pensam em enviá-los para um novo ciclo de recuperação”, avalia Felipe Schepers, COO da Opinion Box.
Para fechar, a pesquisa questionou as pessoas sobre a economia de água e luz. 85% das pessoas afirmaram adotar medidas para economizar com os dois itens sempre ou com frequência. “Os dados da pesquisa mostram que os brasileiros adotaram algumas práticas de consumo consciente em temas que já foram mais amplamente discutidos, seja pela mídia, por medidas socioeducativas ou na própria educação familiar. Os resultados também mostram que, além da responsabilidade social que as empresas têm, de produzir e vender produtos que não prejudiquem o ambiente, tais práticas são bem vistas pelos consumidores e colaboradores, e podem ser divulgadas em estratégias de marketing e comunicação institucional, trazendo valor para a imagem da marca. Além disso, elas podem contribuir ampliando a informação e a divulgação do consumo consciente, que sem dúvida alguma é o melhor caminho para que mais pessoas adotem tais práticas no seu dia a dia, ajudando todos a construir um mundo melhor”, finaliza Schepers.
A margem de erro do estudo é de 2,9pp e nível de confiança é de 95%.
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