Consumo de carne não é compatível com esforços para reduzir aquecimento global, aponta estudo
/ Foto: Carnetec

Uma nova pesquisa declara que os consumidores em todo o mundo não estão cientes da contribuição que suas dietas podem fazer em relação à mudança climática, e que, se o consumo de carne não for reduzido, um aumento de quatro graus da temperatura global será inevitável em 2050.

Consumo de carne não é compatível com esforços para reduzir aquecimento global, aponta estudo No relatório da agência de pesquisa britânica Chatham House, consumidores em 12 países foram pesquisados para examinar suas percepções sobre a mudança climática, e constatou-se que entre todos os segmentos para as emissões, o reconhecimento do setor pecuário como contribuinte para a mudança climática foi o menor.

Os autores do relatório concluíram que essa falta de consciência geralmente se traduz em indiferença. Entre os que não sabem do impacto da pecuária nas emissões de gases de efeito estufa, 54% disseram que não estão dispostos a mudar o seu consumo de carne.

A análise pela Chatham House coloca as emissões da pecuária em 14,5% do total global, que é baixo quando comparado a estimativas anteriores.

Esse índice já foi indicado como 18% pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em 2006, e as estimativas de outros grupos e agências chegaram a colocar a pecuária como 51%.

O consumo de carne e laticínios deve crescer rapidamente nos próximos 40 anos e é pouco provável que as mudanças climáticas perigosas possam ser evitadas, a menos que o consumo caia, disse Rob Bailey, principal autor da pesquisa e diretor para Energia, Meio Ambiente e Recursos.

As tendências dietéticas devem ser parte de uma estratégia internacional para reduzir as emissões, acrescentou.

O maior potencial para reduzir as emissões relacionadas com a pecuária está nas pessoas que optam por comer menos carne e produtos lácteos, porque até mesmo uma redução significativa das emissões de carbono no lado da agricultura não seria suficiente para limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius, de acordo com a Chatham House.

“A dieta ocidental é uma dieta de quatro graus”, escreveu Laura Wellesley, coautora da pesquisa e pesquisadora associada em Energia, Meio Ambiente e Recursos. “O resto do mundo não pode se dar ao luxo de convergir em torno de tais níveis de excesso.”