No ofício, Coronel David questiona a competência dos auditores fiscais substitutos no exercício da função de conselheiros, ressaltando que o TCE-MS possui sete conselheiros, dos quais três estão afastados desde dezembro de 2022.

Coronel David faz nova cobrança por excesso de prazo no julgamento dos conselheiros afastados do TCE
Deputado fez novas cobranças sobre excesso de prazos. / Foto: Divulgação

Após novas denúncias, o presidente da comissão temporária que acompanha o inquérito dos conselheiros afastados do TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) na Assembleia Legislativa, deputado Coronel David (PL), oficializou novamente na quinta-feira (11) o corregedor e ministro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luis Felipe Salomão, sobre o excesso de prazo nos processos das Operações Mineração de Ouro e Terceirização de Ouro, que resultaram no afastamento dos conselheiros Ronaldo Chadid, Waldir Neves e Iran Coelho das Neves.

No ofício, Coronel David questiona a competência dos auditores fiscais substitutos no exercício da função de conselheiros, ressaltando que o TCE-MS possui sete conselheiros, dos quais três estão afastados desde dezembro de 2022. "Existe uma insatisfação grande da população e a imprensa nos cobra respostas e iniciativas para a resolução da questão", explica o deputado.

Segundo o presidente da comissão, há inúmeras reclamações das prefeituras sobre os julgamentos de contas realizados pelos auditores fiscais, o que, segundo ele, "gera uma grande insegurança jurídica" referente à competência desses substitutos. Outro ponto destacado pelo deputado é que os inquéritos ainda não foram recebidos e que o julgamento sobre o recebimento, ou não, do processo contra o Conselheiro Ronaldo Chadid, já foi adiado em sete ocasiões.

Ainda de acordo com Coronel David, a assessoria jurídica da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul conduz estudos técnicos para a elaboração de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). “Essa proposta visa conceder plenos poderes ao Legislativo Estadual para propor o processo de impeachment de conselheiros do TCE/MS em caso de crime de responsabilidade”, explica David.

A situação se agravou após a Polícia Federal deflagrar a Operação Casa de Ouro nesta semana. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a empresários de Campo Grande, em uma ação conjunta com o MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e RFB (Receita Federal do Brasil). Os trabalhos fazem parte da 3ª fase da Operação Mineração de Ouro, iniciada em junho de 2021, que combate a suposta organização criminosa especializada na fraude de licitações e desvio de recursos públicos, tendo como principal alvo o conselheiro Waldir Neves.

“Reforçamos a necessidade de celeridade no julgamento dos processos para garantir a estabilidade jurídica e a confiança da população nas instituições públicas”, finaliza Coronel David.