Criança diz à polícia que suspeito via revistas pornográficas antes de abuso
Menina de 8 anos morava em banheiro de construção em Campo Grande. / Foto: Graziela Rezende/ G1 MS

Com o depoimento da criança de 8 anos, vítima de estupro, em Campo Grande, a Polícia Civil descobriu que o homem visualizava pornografias antes de cometer os abusos. O suspeito de 46 anos foi preso e investigadores da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca) percorrem o bairro, nesta quinta-feira (12), para localizar possíveis testemunhas do crime.

“A menina prestou depoimento e disse que o homem tinha escondido revistas pornográficas, na qual ele via e depois obrigada a menina a satisfazê-lo sexualmente. Ela ressaltou que os abusos aconteciam há cerca de quatro meses, mesmo período que a mãe terminou o relacionamento e a abandonou com este homem”, afirmou ao G1 o delegado Paulo Sérgio Lauretto.

Na tarde desta quarta-feira (11), o delegado, policiais da Depca e peritos criminais retornaram ao local onde a menina vivia, sendo o banheiro de uma obra no bairro Santa Emília.

“Nós, no entanto, não encontramos as revistas que a menina alegou que ele escondia em uma fossa. Questionado, o homem também nega guardar estas revistas”, comentou o delegado.

Sobre os pais biológicos da criança, a mãe ainda não foi localizada, de acordo com o delegado. Já o pai disse que se apresentará em breve na delegacia para prestar esclarecimentos. E a criança permanece em um abrigo.

Questionado pelo G1, o jardineiro de 46 anos negou todas as acusações. "Eu criei ela. Tenho outros filhos. Não fiz nada disso", disse.

Entenda o caso

A criança é filha da ex-companheira do suspeito. O relacionamento deles terminou há cerca de quatro meses,quando a mulher foi embora e teria deixado a menina com o jardineiro.

Ele foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (11), suspeito de estuprar a menina. Uma denúncia anônima levou os investigadores da Depca à casa do suspeito.

Segundo informações da polícia, o homem dizia ser o pai da menina e a forçava a pedir dinheiro no bairro. A criança tinha várias mordidas pelo corpo e vivia no banheiro de uma obra, em meio a fezes, lixo e animais mortos. “Nos fundos da obra havia o banheiro improvisado, sem vaso e com uma fossa, no qual o homem colocou uma cama e um fogão velho”, constatou Lauretto.

A perícia verificou que a menina vivia em meio a animais e lixo – o mal cheiro no local era forte. Além disso, o banheiro onde ela ficava era afastado das residências vizinhas.