Como bem já diziam as avós, quando a criança está escondida atrás da cortina, agachada e muito quieta, das duas, uma: ou fez alguma arte, ou está segurando o cocô. Este comportamento de reter as fezes e adiar a evacuação o máximo possível é bastante comum a partir do momento do desfralde, e pode se prolongar por mais vários anos.
As razões variam bastante de criança para criança, mas, na maioria das vezes, ficam entre o fato de ainda não estarem acostumadas a usar o troninho, ou, então, de quererem adiar as necessidades para poder aproveitar ao máximo as brincadeiras, e não “perder tempo” com outras atividades.
O médico pediatra Jairo Len, especialista em endocrinologia infantil pela Escola Paulista de Medicina, explica que o intestino preso é, de fato, uma grande causa de mudanças no vigor das crianças.
— Às vezes eles estão lá, escondidos atrás do sofá, e a mãe pensa que está doente, ou que está com sono. Mas, na verdade, ele está segurando o cocô há dias, o que o deixa com menos energia.
Crianças que adiam a ida ao banheiro se sentem amuadas e pouco dispostas.Aliás, é daí que se origina a expressão “enfezado”, usada para descrever alguém que se encontra aborrecido, chateado, irritado.
Len sugere que o ideal para ajudar os pequenos nesta fase é não só comer alimentos ricos em fibras, como o mamão e os cereais, mas também uma quantidade boa de prebióticos, que são fibras não-digeríveis que funcionam como alimento para as bactérias benéficas do intestino, onde chegam inteiras e conseguem colaborar para o bom ritmo das evacuações.
Os probióticos estão presentes em alimentos como alguns compostos lácteos – leites em pó acrescidos de nutrientes -, cebola, alho, tomate, banana e na raiz da chicória.
O pediatra, aliás, explica que há uma quantidade ideal para o intestino em cada idade.
— Entre os bebês, é saudável quando há uma média de três trocas de fralda por dia. Já as crianças maiores, precisam ir ao banheiro uma vez por dia, ou, pelo menos, em dias alternados. Menos do que isso já deve chamar a atenção dos pais, que precisam conversar com o pediatra.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!