Infectologista da Unifesp, Raquel Stucchi explica que a eficácia das vacinas diminui um pouco para a variante Delta.
Em entrevista à CNN, a infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Raquel Stucchi afirmou que a variante Delta, originária da Índia, é contagiosa também em ambientes abertos e ventilados.
"A variante Delta se transmite muito facilmente, nós já sabemos e temos documentação científica disso, inclusive em ambientes abertos. Porque a gente não via isso, com importância, nas outras variantes, em ambiente aberto, a gente falava: ‘não use máscara’, agora não é mais verdade."
Por esse motivo, a infectologista considera arriscado afirmar que teremos festa de Réveillon no fim do ano e até mesmo Carnaval em 2022. "Se você estiver em um ambiente aberto, coladinho um no outro, como no Carnaval ou Réveillon, precisa estar de máscara. E mesmo assim, com risco de transmissão.”
Para a infectologista, as flexibilizações que estão sendo adotadas em diversas cidades e estados brasileiros "conclamam aglomerações". Ela afirma que embora o gestor público possa ter a intenção de realizar novas aberturas e festas tradicionais nos próximos meses, o adequado, agora, é esperar o momento certo para este anúncio.
“Claro que o gestor tem que ter planejamento, mas ele não precisa avisar tudo o que ele tem de planejamento para o futuro".
Eficácia das vacinas
Raquel Stucchi chama a atenção para o fato da variante Delta já estar desafiando a proteção dos imunizantes utilizados em todo o mundo. “A eficácia das vacinas diminui um pouco para a variante Delta. Então, se a vacina antes me dava uma proteção de 80, 90% contra a forma grave. Hoje essa proteção para a variante Delta cai uns 10 pontos. Ela vai para 80, quase 70%.”
A infectologista também explica que embora os vacinados com as duas doses estejam mais protegidos contra formas graves da Covid-19, eles continuam transmitindo o coronavírus para a população não vacinada, que recebeu apenas uma dose ou que é imunossuprimida.
"A pessoa completamente vacinada tem uma chance menor, bem menor de ir para o hospital, de ter um quadro grave ou de vir a morrer pela Covid-19, mas ela transmite muito bem", afirma.
Portanto, de acordo com Stucchi, usar máscaras de proteção, manter o distanciamento entre as pessoas e continuar seguindo os protocolos de higienização são fundamentais para o Brasil não viver novos picos na pandemia.
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