Detentos reclamam de comida estragada e fazem greve de fome
Caminhão com comida dos presos chega ao presídio. / Foto: Paulo Nicolella / Extra

Um grupo de detentos das cadeias públicas Juíza Patrícia Acioli e Tiago Teles de Castro Domingues, em Guaxindiba, São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, informaram, na manhã desta segunda-feira, que iniciaram uma greve de fome em protesto contra a qualidade da comida. Do lado de fora, parentes e mulheres dos presos reclamaram do tratamento vexatório a que dizem ser submetidos por alguns agentes penitenciários nas visitas.

— Eu sei que meu filho está errado. Não quero que ninguém passe a mão na cabeça dele. Mas como é possível um ser humano se reabilitar em um lugar que serve comida estragada aos presos? Eles ficam ainda mais revoltados — questionou uma mulher, que assim como as outras não se identificou: — Meu filho foi preso por furto e está aí (no presídio) há 3 meses e já perdeu 13 quilos.

A companheira de um outro detento, preso por tráfico de drogas, contou que a situação começou a piorar há alguns meses, devido ao forte calor:

— Eles deixam as quentinhas dos presos em locais inapropriados e na hora que servem já está tudo estragado. Meu marido disse que eles não podem nem reclamar que a comida está ruim, porque acabam sofrendo ainda mais. A gente está aqui cobrando apenas que eles sejam tratados com o mínimo de respeito. São seres humanos que cometeram erros e que devem pagar por eles dentro da lei — desabafou.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) disse desconhecer a entrega de comida estragada e afirmou que quando há problema na qualidade da alimentação é providenciada a substituição.

A Seap informou ainda que, em relação ao tratamento do inspetor penitenciário com os visitantes, tais servidores recebem no curso de instruções básicas sobre ética e conduta, visando uma melhor prestação de serviços no sistema penitenciário fluminense. E ressaltou que tratamento indevido ou reclamação deve ser encaminhada para a ouvidoria (0800 282-4444) para as devidas providências.