Ex-presidente do TCE chegou a ter prisão preventiva pedida ao STJ.

Devassa recente da PF mirou
Waldir Neves teve prisão pedida pela PF. / Foto: Arquivo TopMídiaNews

Endereços ligados a Waldir Neves, conselheiro do Tribunal de Contas de MS, afastado por suspeita de corrupção, foram alvos da Polícia Federal, na mais recente investida contra o suspeito, em Campo Grande, a Casa de Ouro, nesta quarta-feira (10).  

A PF e a Controladoria Geral da União não detalharam quais dos conselheiros já investigados eram os alvos da operação. Poderiam ser os três afastados, sendo Ronaldo Chadid, Iran Coelho das Neves e o próprio Waldir. No entanto, conforme vinha sendo apurado pelo TopMídiaNews, o envolvido era o ex-presidente da Corte. 

Conforme relatório da operação, tanto Waldir era o alvo principal que a PF chegou a pedir a prisão preventiva da autoridade. A corporação alegou que Neves continuava cometendo os crimes, mesmo tendo ciência das investigações. No entanto, o ministro Francisco Falcão, do STJ, negou e justificou que a operação atual mirava crimes antes do início da operação principal, iniciada em 2021. 

''A Policia Federal representa pela decretação da prisão preventiva de WALDIR NEVES BARBOSA ... sustenta haver indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes previstos com pena máxima superior a quatro anos, sendo a medida necessária para a garantia da ordem pública'', diz trecho da análise do ministro. 

Imóveis 

A Casa de Ouro mira esquema envolvendo imóvel de alto valor, cinco empresas e três compradores diferentes: o registrado oficialmente no cartório, o do contrato de gaveta e o verdadeiro proprietário, identificado como um servidor público.

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande, com imóveis vinculados a empresários sendo alvos da ação policial. Um dos mandados foi executado no Edifício Eudes Costa, localizado na Vila Célia, como parte das investigações em andamento.

A Operação Casa de Ouro, tem com o objetivo de combater organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos, identificada na Operação Lama Asfáltica e nas Operações Mineração e Terceirização de Ouro. 

Conforme a Receita Federal, as investigações decorrem da apuração de contratação indevida de empresa por meio de licitações fraudulentas.

Com base na análise do material apreendido nas outras operações e nos dados obtidos durante a investigação com as quebras de sigilos bancários, fiscais e de comunicação, verificou que foram criados diversos mecanismos de blindagem para dissimular a destinação dos recursos debitados nas contas da empresa contratada antes de chegarem às contas do destinatário final.

Embora parte desses valores tenha sido depositado em contas de outras pessoas jurídicas, transações bancárias e documentos apreendidos evidenciam vínculos entre o beneficiário do crédito bancário, vendedor de um imóvel, e o responsável pelo desvio do recurso público.