A presidente Dilma Rousseff discute na manhã desta segunda-feira (14), na reunião semanal da coordenação política do governo federal, cortes de cerca de R$ 20 bilhões nos gastos da máquina pública federal. Dilma já havia se reunido no fim de semana com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) para definir o enxugamento das despesas da União.
O encontro desta segunda-feira – que conta com a presença de 14 ministros e dos três líderes do governo no Congresso Nacional –, também servirá para ajustar detalhes finais da reforma administrativa.
Os cortes no Orçamento só serão anunciados à imprensa depois que forem detalhados aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que só deve ocorrer no final da tarde desta segunda. Cunha está no Rio de Janeiro e só retorna a Brasília depois do almoço.
ENTENDA ONDE É POSSÍVEL CORTAR DESPESAS
A tesourada presidencial pode atingir programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. No entanto, as medidas do governo para tentar reequilibrar a economia não ficarão restritas aos cortes de gastos. Simultaneamente, a presidente da República irá anunciar uma reforma administrativa – com extinção e fusão de ministérios – e pretende propor aumento de tributos.
Na reunião desta segunda, a presidente vai adiantar detalhes da reforma administrativa aos líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e no Congresso Nacional, José Pimentel (PT-CE).
Segundo o Blog do Camarotti, apesar da determinação da presidente de cortar dez ministérios, ela tem encontrado dificuldade para atingir esse número.
O Blog da Cristiana Lôbo informou que, além de cortes nas empresas estatais e cargos, o governo deverá renegociar contratos com prestadores de serviços para tentar zerar a proposta orçamentária. Somente depois de "cortar na carne" é que Dilma pretende apresentar sugestões para elevar as receitas da União.
Depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor’s, que tirou o selo de bom pagador do Brasil, o Executivo intensificou as conversas para reduzir gastos e dar sinais ao mercado de comprometimento com o ajuste fiscal.
O objetivo é reverter o rombo previsto no Orçamento do ano que vem. No fim de agosto, o governo federal enviou ao Congresso uma proposta orçamentária para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões. A iniciativa gerou uma repercussão negativa no mercado financeiro, precipitando a perda do grau de investimento.
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