Após ter fechado acima de R$ 2,92 pela primeira vez em mais de 10 anos na véspera, o dólar continua em forte alta nesta quarta-feira (4). Na terça, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, surpreendeu o Executivo ao rejeitar a medida provisória 669, que trata de desonerações para vários setores. A decisão agrava as dificuldades em torno do ajuste fiscal.
As vendas no varejo na zona do euro cresceram em janeiro ao ritmo mais rápido desde maio de 2013, bem mais que o esperado. Os dados foram vistos como o sinal mais recente da melhora da confiança dos consumidores num bloco que busca superar a estagnação econômica.
No cenário interno, investidores têm mostrado menor apetite por ativos brasileiros diante da perspectiva de que, mesmo se o ajuste for bem-sucedido em resgatar a credibilidade da política fiscal, a inflação no Brasil deve fechar 2015 acima de 7% e o país deve mostrar contração econômica.
Atuação do BC
A pressão sobre o câmbio tem sido corroborada também por ruídos sobre a intervenção do BC, que sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) que vencem em 1º de abril, uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC fez rolagens integrais.
Segundo analistas, à medida que o mês se aproximar do fim, investidores devem pressionar cada vez mais o BC a se posicionar sobre o futuro do programa de ofertas diárias.
Nesta quarta, o BC dará continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio nesta manhã, ofertando até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar, com vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016.
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