Em ação, polícia verifica que 70% dos pais não sabiam onde filhos estavam
Bebidas alcoólicas, canivete e drogas apreendidas. / Foto: Osvaldo Nóbrega/ TV Morena

A Polícia Civil constatou, em cerca de sete horas de operação nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande, que a maioria dos pais não sabiam onde os filhos estavam. Ao G1 a delegada Rozeman de Paula, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude(Deaij), disse nesta segunda-feira (14), que muitos deles estavam em grupos planejando criar situações de algazarras e ingerindo bebida alcoólica.

"Posso dizer que 70% dos pais não sabiam onde os filhos estavam. Alguns que diziam estar no shopping, por exemplo, estavam no entorno. Os grupos inclusive planejavam algazarras, sendo que alguns deles estavam em grupos e com adultos que buscavam bebida alcoólica", afirmou a delegada.

Além disso, a delegada diz que há 50 dias a inteligência constatou que aquela região da Afonso Pena é uma "zona crítica". "Nós estávamos acompanhando aquela área de risco, no qual muitas práticas infracionais e delituosas estavam sendo cometidas. Além disso, o Ministério Público também estavam pedindo providências com relação às denúncias de uso de entorpecentes, mistura de refrigerante com outras bebida alcoólicas, uso de drogas e até prática de sexo por ali", comentou Rozeman.

Conforme o delegado Fernando Nogueira, que também participou do planejamento desta ação, os adolescentes que estavam sem documentos passaram por uma triagem. "Não houve truculência em momento algum e, após a fundada suspeita, os menores foram encaminhados para a delegacia", falou.

Ao todo, cerca de 2 mil pessoas foram abordadas, sendo 33 adolescentes levados para a delegacia. Sete suspeitos também foram presos em flagrante, sendo que três pagaram multa e outros quatro permanecem presos. Anterior a este fato, o Conselho Tutelar também recebeu denúncias de crimes que estavam sendo cometidos naquela região.

Denúncias
"Não houve nenhuma situação vexatória e muitos pais nos agradeceram. Soubemos de meninas que estavam se prostituindo em troca de drogas, além de violência física e outros crimes", ressaltou ao G1 a psicóloga, psicopedagoga e conselheira tutelar Ana Paula Morilhas.

Já o delegado Adriano Garcia Geraldo, diretor de polícia especializada, comentou que 90 pais e responsáveis deixaram de buscar os seus filhos na delegacia. "Eles não buscaram os seus filhos simplesmente porque não quiseram, então a polícia teve que levá-los em casa. Estes pais responderão por esta negligência e um relatório está sendo entregue para o Conselho Tutelar", finalizou o delegado.