Com índice de desenvolvimento em patamares da gestão de Bernal, Secretaria busca recuperar prejuízos causados pela pandemia nos alunos.

Em constante negociação, salário de professores e até estrutura básica são desafios para Educação
ecretaria quer reparar "prejuízos" causados pela pandemia nos alunos e caminho passa por salário de quem ensina e ambiente escolar decente. / Foto: Marcelo Victor/ Correio do Estado

Iniciado oficialmente mais um ano letivo, a sociedade começa a se deparar com os diversos problemas que cercam a educação local, seja pela pauta da valorização dos professores - em evidência há cerca de um ano -, quanto pela própria estrutura das unidades escolares e a qualidade do ensino ofertado aos campo-grandenses. 

Mais recente, como apontou o Correio do Estado - segundo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (Reme) -, a nota média da Capital voltou para patamares observados ainda na gestão de Alcides Bernal e Gilmar Olarte. 

Vale ressaltar que, nesse período de gestão(2013 a 2015), foi registrada a primeira queda - indo de 5,8 para 5,4 - do Ideb Municipal, desde o princípio da série histórica, iniciada em 2005 com a média de 4,2. 

Medido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb aponta o desempenho do sistema educacional do País, através da combinação do aprendizado dos alunos, por meio de avaliação; e na chamada "taxa de aprovação", medidor esse que influencia na eficiência do fluxo escolar. 

Prefeitura e a educação
Como relatado pela prefeita Adriane Lopes ao Correio do Estado, na manhã desta sexta-feira (10), houve uma capacitação das equipes da Secretaria Municipal de Educação (Semed) antes do início das aulas. 

"Agora teremos o monitoramento e avaliação das equipes, mas também dos alunos neste ano, para termos os indicadores e trabalharmos pontualmente", lembra Adriane.

Segundo a prefeita, o secretário de Educação, Lucas Bitencourt, programa atualmente um trabalho com os alunos para recuperar ainda os prejuízos causados pela pandemia. 

"Isso foi discutido a nível nacional, mas, se observar, nenhuma capital buscou algum programa e, aqui, em Campo Grande, vamos lançar no início das aulas um programa de recuperação desse tempo que as crianças tiveram de perdas na pandemia", comenta ela. 

Ainda que o calendário de reajuste dos professores tenha sofrido atraso, com o compromisso de novembro de 2022 sendo honrado nesta segunda semana de fevereiro - e o de dezembro (4,7891%) ter caído no limbo do esquecimento até o momento -, Adriane lembra da vitória conquistada através desse pagamento parcelado.

 "Fizemos alguns ajustes em dezembro, diminuímos despesas, buscamos servidores cedidos para a casa, diminuímos também o número de comissionados para poder atender, hoje, os profissionais da educação e a gente avançou bastante", disse. 

Ainda, dos compromissos com a educação municipal, segundo calendário acertado ainda na gestão de Marquinhos Trad, há o reajuste citado para dezembro do ano passado e ainda quatro parcelas, previsto para os meses de maio e outubro de cada ano até 2024. 

Vale frisar que, nesses reajustes estipulados para maio, acrescenta-se ainda a correção do Piso Salarial Profissional Nacional do ano, sendo que essa parcela, aprovada mais recente pela Câmara dos Vereadores, foi dividida para serem pagos 4% neste mês e outros 6,39% a partir de junho. 

"Existe uma equipe já, uma comissão, instalada em dezembro e dará continuidade nas tratativas da valorização dos nossos servidores da educação, porque é muito importante", complementa ela. 

Estrutura básica
Como também mostrou o Correio do Estado, o primeiro dia de aula, na Escola Municipal Senador Rachid Saldanha Derzi, localizada no Jardim Noroeste, foi marcado por uma visão de alegria dos alunos e descaso com a estrutura básica. 

Através da grade da entrada já era possível observar essa situação de mato alto na unidade escolar. 

Conforme a prefeita, as escolas municipais deverão receber um programa de recuperação semelhante ao que acontece nas unidades de saúde. 

"Vamos seguir com a revitalização de todas as escolas. Como hoje você está vendo aqui a quinta unidade de saúde sendo lançada e esse mesmo programa [de revitalização da saúde] vai acontecer na educação", finaliza ela.