Em jogo decidido no fim, Brasil derrota rival da estreia no Rio e vence torneio
Alex Garcia foi um dos destaques da seleção na vitória sobre a Lituânia) / Foto: Gaspar Nóbrega/Inovafoto/Bradesco

A exatos sete dias da estreia na Olimpíada, a seleção masculina de basquete não poderia passar por um teste mais apropriado. Afinal, do outro lado da quadra do ginásio Hugo Ramos, na decisão do Torneio Internacional de Mogi das Cruzes, neste domingo, estava ninguém menos que a temida Lituânia. Primeiros adversários dos brasileiros no Rio de Janeiro, dia 7 de agosto, os europeus deram trabalho e venderam caro a derrota por 64 a 62, mas não foram páreo para a equipe comandada pelo técnico Rubén Magnano.

Mais do que a quinta vitória consecutiva em solo paulista, vale destacar as ótimas atuações de Raulzinho, herói da tarde com uma bola de três que praticamente decidiu a partida, Alex Garcia e principalmente Marquinhos, até então apagado nos amistosos nessa reta final da preparação.


O JOGO

Se na escalação mais uma vez o técnico Rubén Magnano optou por um quinteto diferente, com Huertas, Alex, Leandrinho, Hettsheimeir e Nenê, dentro de quadra o repertório da seleção brasileira masculina mudou muito pouco em relação à vitória da véspera  Mordendo na defesa, saindo rápido na transição e com um excelente aproveitamento nas bolas de três, o Brasil abriu 21 a 9 com Augusto, depois de um passe sensacional sem olhar de Huertas, e dominou a maior parte do primeiro quarto.

O rendimento brasileiro só caiu nos dois minutos finais. Coincidentemente quando o treinador argentino começou a rodar a equipe. Marquinhos e Benite não entraram ligados e certeiros como Alex e Leandrinho, responsáveis pela larga vantagem. Sem Nenê, o garrafão também ficou mais aberto, e os lituanos se aproveitaram. Anotaram oito pontos consecutivos e diminuíram o prejuízo para apenas cinco pontos ao fim do primeiro período.

 


A reação lituana continuou assim que a bola subiu no segundo quarto. Com uma bola de três, Juskevicius Adas diminuiu para apenas três pontos a vantagem brasileira. Magnano manteve o mesmo quinteto que encerrou os 10 minutos iniciais, e Marquinhos, que entrou mal no jogo e errou seus primeiros três lances livres, aos poucos, foi esquentando. Com quatro pontos seguidos do ala do Flamengo, a diferença voltou a aumentar (28 a 22). Mesmo com muitos reservas em quadra, entre eles o pivô Valanciunas, a Lituânia se mantinha na cola do Brasil e voltou a encostar com um arremesso de três de Marius Grigonis. Marquinhos deu o troco na mesma moeda, e tirou o Brasil do sufoco.

Mas, como no primeiro quarto, a seleção travou nos minutos finais. Melhor para os lituanos, que, liderados por kalnietis, cestinha do primeiro tempo com 13 pontos, fizeram 11 a 1 e passaram a frente pela primeira vez a 38 segundos do fim, com Sabonis. Com uma cravada espetacular, Nenê ainda recolocou a seleção em vantagem, mas Kalnietis, com uma bola de três a cinco segundo do estouro do cronômetro sacramentou a vitória parcial da Lituânia por 38 a 36 antes do intervalo.

O jogo começou truncado e com erros dos dois lados no segundo tempo. A Lituância era um pouco melhor e abriu 44 a 40, sua maior vantagem na partida. Hettsheimeir, no entanto, não deixou os visitantes gostarem do jogo e, com uma enterrada sensacional, acordou a torcida de Mogi. Nem a terceira falta de Nenê, que foi substituído por Felício, na sequência foi capaz de brecar a reação dos donos da casa. num contra-ataque rápido, Marquinhos recebeu de Alex e deixou tudo igual. Mas um lance livre de Jankunas Paulius e mais dois pontos de Kavaliauskas coloram a Lituância três pontos à frente (50 a 47) ao término do terceiro período.

A seleção voltou ligada e diminuiu com Raulzinho no primeiro ataque do útlimo quarto. E foi justamente o armador do Utah Jazz que recolocou o Brasil em vantagem com mais dois pontos. Jankunas Paulius deixou tudo igual novamente, mas Marquinhos estava impossível. Com outra bola de três, sua terceira na partida, o ala do Flamengo chegou aos 14 e deixou o Brasil na boa novamente. Quem não voltou bem foi Benite. O jogador do Murcia desperdiçou três ataques seguidos, e  o Brasil a chance de escapar no placar.

Para esconder o jogo ou não, estranhamente o técnico lituano mantinha Jonas Valanciunas e Mantas kalnietis no banco de reservas. Do lado da seleção, os titulares Leandrinho, Huertas e Alex também descansavam. O jogo de esconde faz parte, mas em quadra ninguém queria perder. Reclamações de ambos os lados à parte, as duas seleções desperdiçavam um ataque atrás do outro, e a vantagem brasileira de três pontos se mantinha a 2'10 do estouro do cronômetro. A Lituânia marcava forte, mas uma bola de três de Raulzinho, a menos de um minuto fim, praticamente selou a vitória brasileira. Sabonis e Kuzminskas ainda diminuíram a diferença para apenas três pontos, mas era tarde para uma reação.