Doença atinge, na maior parte, crianças menores de cinco anos e provoca estomatite, além de lesões nas mãos e pés.
Além de enfrentar surto de doenças respiratórias em Campo Grande, crianças também estão enfrentando contaminações de 'mão-pé-boca'. A alta de casos se dá mesmo após seis meses do alerta da SES (Secretaria Estadual de Saúde) sobre surto da doença em Mato Grosso do Sul. A doença contagiosa é causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus, e pode provocar aftas na boca e lesões nas mãos e nos pés.
Uma funcionária de uma creche na Capital, que não quis se identificar, afirmou que o surto do ano passado pegou os colaboradores da escola de surpresa, e depois que começaram a conhecer a doença, sabiam já como proceder. “Esse ano está sendo muito tranquilo, mês passado mesmo foram pouquíssimas crianças do berçário que pegaram. Assim que identificam a doença, os pais levam na UPA e a criança se recupera em casa”, comenta a funcionária.
Uma mãe contou ao Jornal Midiamax que sua filha de um ano e três meses pegou recentemente a doença na EMEI onde ela estuda. Os primeiros sintomas a manifestar na menina foram febre e o aparecimento de algumas bolinhas.
Quando a mãe da menina a levou à escola, na segunda-feira (11), foi alertada da possibilidade da doença. Pelo menos quatro crianças da creche contraíram mão-pé-boca. O pediatra orientou a mãe de que o vírus pode transmitir até sete dias do início dos sintomas.
De acordo com o médico pediatra, Alberto Cubel, o contágio da doença pode se dar através do contato direto por saliva e fezes. A transmissão inicia antes mesmo da criança apresentar os sintomas e pode durar algumas semanas. Alguns casos podem necessitar de internação hospitalar e raramente a doença leva ao óbito. “Geralmente tem boa evolução com remissão dos sintomas em cerca de 10 a 14 dias”, explica.
Recomendações e tratamento da doença mão-pé-boca
O pediatra explica que a criança diagnosticada com a mão-pé-boca deve permanecer em repouso, se alimentar apenas com alimentos líquidos, se hidratar bastante, e com recomendação médica fazer uso de analgésicos. “Em casos complicados, podemos usar imunoglobulina e até antivirais específicos, mas são reservados para tratamento hospitalar”, alerta.
A prevenção maior, segundo o médico, é evitar o contato da criança que tenha manifestado sintomas, com crianças sãs. A Gerente Técnica Estadual de Doenças Agudas e Exantemáticas, Jakeline Miranda Fonseca, também explicou ao Jornal Midiamax que é recomendável para quem for ter contato com a criança, lavar as mãos após a troca de fraldas e o uso de lenços, e fazer o descarte em lixo fechado.
Se a criança for maior, lavar as mãos dela com água e sabão também. Fazer o uso de etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar - cobrir a boca com um lenço ou o antebraço. Evitar beijar a criança.
Tanto em casa quanto no ambiente escolar, a recomendação é higienizar a superfície, objetos, principalmente, os brinquedos ou maçanetas que possam ter contato direto com a saliva e secreções e até fezes. O ideal é que use um pouco de água sanitária diluída em água para fazer a desinfeção do ambiente. Recomenda-se também a não compartilhar mamadeiras, talheres, copos ou lençóis.
Doenças respiratórias são uma das maiores causas de internação de crianças
As SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) têm causado aumento na demanda por internações de crianças e fez cinco vítimas fatais em Campo Grande somente este ano, três delas são menores de um ano.
Causadas devido ao aumento da circulação de vírus, incluindo o da Covid-19, as SRAG causam internações principalmente em crianças. Desde meados de março, Campo Grande vive um caos na saúde, pública e privada, com unidades superlotadas e falta de leitos pediátricos em hospitais.
Ainda de acordo com dados da Sesau, entre 12 de fevereiro a 10 de abril de 2023, 602 pessoas foram internadas em Campo Grande, com doenças respiratórias. Destas, 70% eram crianças de zero a nove anos.
No mesmo período de 2022, as internações por SRAG somavam 1.012 em Campo Grande, porém, o número de crianças afetadas era de 40%. A Sesau classifica o cenário atual como atípico.
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