Em provável despedida dos Jogos, Tiago Camilo lamenta derrota nas oitavas
Tiago Camilo (azul) foi eliminado nas oitavas de final do torneio olímpico de judô na categoria médio (até 90kg). / Foto: EFE/EPA/Orlando Barria

A eliminação nas oitavas de final da categoria médio do judô (até 90kg) nos Jogos do Rio de Janeiro deve ter sido a última participação olímpica do brasileiro Tiago Camilo, que agradeceu ao apoio da torcida e lamentou a derrota nesta quarta-feira.

"Fico feliz por receber o carinho do público. É um reconhecimento por toda a minha carreira, pelo que construí no esporte. Queria ter dado mais alegrias à torcida com a conquista da medalha. Nada vai apagar o que conquistei, mas queria ter escrito uma história diferente hoje", comentou o judoca, tricampeão pan-americano (Rio 2007, Guadalajara 2011 e Toronto 2015).

Tiago foi derrotado por Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão, em luta que levou a torcida ao desespero. Após começar em desvantagem devido a uma punição, o brasileiro chegou a liderar o placar com um yuko, mas sofreu o mesmo golpe, somado a um wazari em seguida, e ficou sem a vaga para as quartas de final.

O judoca paulista havia anunciado em que 2017 deve cumprir seu o último ano como integrante da seleção brasileira, o que confirmou após a eliminação na Arena Carioca 2, palco da que pode ter sido a despedida do atleta em Jogos Olímpicos.

"Quero lutar mais um Mundial, em 2017, mas em Tóquio (sede dos Jogos de 2020) eu acho difícil. Tudo é positivo, mesmo nas experiências de derrota. Estou satisfeito com a forma em que lutei as duas primeiras. E no esporte é assim, você perde lutando bem, é da competição. Agora é esfriar a cabeça e torcer pelos outros atletas", declarou.

No Rio de Janeiro, Tiago Camilo competia com a chance de se tornar o maior medalhista olímpico do Brasil no judô, após conquistar a prata na categoria leve (até 73kg) em Sydney 2000 e o bronze na categoria meio-médio (até 81kg) em Pequim 2008. Até o momento, Aurélio Miguel é o judoca brasileiro com melhor desempenho em Jogos Olímpicos, com ouro em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996.

A única medalha conquistada pelo Brasil no judô nesta edição dos Jogos, por enquanto, o foi o ouro de Rafaela Silva, que na segunda-feira derrotou a romena Corina Caprioriu na final da categoria leve feminina (até 57kg).

Ao comparar o desempenho dos brasileiros no Rio de Janeiro com o dos Jogos de Londres, no qual o país conquistou um ouro e três bronzes, Tiago reconheceu que entende as cobranças e que esperava mais medalhas de atletas do país em uma competição em casa.

"Todos esperavam mais do judô brasileiro, o que é justo pelo talento que os atletas têm. Poderíamos ter feito diferente, mas não aconteceu. Mas os atletas não podem entrar nessa cobrança de dar o resultado para cumprir uma meta, cada um tem que competir por seus objetivos. Se entrar numa cobrança, você acaba não rendendo o que poderia. Ficamos tristes porque o judô brasileiro é mais do que isso, poderíamos ter mais medalhas olímpicas", considerou o judoca, de 34 anos.

Nesta quarta-feira, a brasileira Maria Portela também foi eliminada nas oitavas de final da categoria médio (até 70kg) feminina do judô, ao perder por uma punição no 'golden score' (repescagem em que um ponto rende a vitória) para a austríaca Bernadette Graf.