Em depoimento, os envolvidos negaram os crimes.
Um empresário de 44 anos e o primo dele, um sanitarista ambiental de 43 anos, foram presos ao fabricarem álcool em gel 70% sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em uma fábrica de Campo Grande. Segundo a polícia, eles estavam aproveitando o "pânico por conta do coronavírus e também queriam lucrar" com a grande procura pelo produto.
"Eles passaram a noite na cadeia e passam por audiência de custódia nesta manhã (17). O empresário possui uma fábrica de produtos de limpeza, porém, não possuía a documentação necessária para fabricar álcool gel. Nós encontramos inclusive este produto dele, já distribuído em gôndolas, com rótulos e falsa autorização da Anvisa", afirmou ao G1 o delegado Wilton Vilas Boas, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo (Decon).
Em depoimento, os envolvidos negaram os crimes. "Eles aproveitaram do medo e pânico por conta da doença [coronavírus] e estavam fazendo essa produção clandestina. Ambos vão responder pelos crimes 273 do Código Penal brasileiro e também ao artigo 56 da Lei dos Crimes Ambientais. Ao mesmo tempo, o Procon [Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor] também está fiscalizando quem está aumentando o preço destes produtos", ressaltou Vilas.
Além da Decon, a Coordenadoria de Vigilância Sanitária de Campo Grande também esteve no estabelecimento comercial, localizado no bairro Coronel Antonino. Ao chegar no local, eles constataram que os produtos estavam sendo embalados com rotulagem contendo numeração de processo de autorização inexistente, ou seja, número sem cadastro junto à Anvisa.
A operação conjunta ainda flagrou um tanque de aproximadamente 10 mil litros, contendo cerca de mil litros de álcool puro, 98%, combustível estocado sem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Questionado, o empresário disse que estava usando o combustível para abastecer os carros da empresa. Ele ainda não tinha brigadista e deve responder pela infração, já que o ambiente se torna insalubre e perigoso.
O inquérito foi registrado nessa segunda-feira (16) e a fábrica interditada até uma possível regularização. Os envolvidos já foram indiciados e podem ter penas que chegam a 20 anos de reclusão.
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