Representantes de associações empresariais e organizações da sociedade lançaram na capital paulista, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
O objetivo é propor formas de contribuir para a construção de uma nova economia de baixo carbono que seja competitiva, responsável e inclusiva, mas que se alinhe com as agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas na agricultura e na redução e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
“Pretendemos promover e propor políticas públicas, ações e mecanismos financeiros e econômicos para o estímulo à agricultura competitiva e de baixo carbono, pecuária e economia florestal que impulsionem o Brasil como protagonista na liderança global da economia sustentável”, diz o documento divulgado pelo grupo, que deverá ser utilizado para subsidiar as propostas que o Brasil levará à 21ª Conferência do Clima, prevista para este ano, em Paris.
As entidades que aderiram ao projeto pretendem propor medidas que viabilizem a redução das emissões brasileiras de gases responsáveis pelo efeito estufa para garantir que, a partir de 2020, a emissão por pessoa seja menor ou igual à da média global.
Além disso, a coalizão quer promover a recuperação de todas as áreas de preservação permanente e reserva legal, de acordo com o previsto na legislação, e desenvolver plantios florestais econômicos em áreas degradadas.
A presidenta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, destacou que o Brasil é protagonista nos debates sobre preservação florestal.
De acordo com Marina, o Brasil tem tecnologia de redução de gás carbônico, o que interessa “do ponto de vista de negócios”.
Para ela, isso é fundamental e o país precisa mostrar essa oportunidade para o mundo. “Aqui se abre um processo para ir além de 2015.”
O secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, ressaltou que o desafio proposto aos empresários é grande, já que, segundo um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina, entre 1991 e 2012, houve 127 milhões de brasileiros afetados por desastres naturais “decorrentes de um clima extremo e hostil”.
No período, os registros de municípios em situação de emergência ou calamidade pública chegaram a oito por dia.
“Entre janeiro deste ano e 12 de junho, tivemos 2.054 cidades que entraram em estado de calamidade pública ou emergência no país.
De certa forma, o que estamos fazendo é unir diferentes em torno de uma mesa para pensar em como Brasil pode enfrentar esse desafio para transformar nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas”, disse Rittl.
O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Junqueira, afirmou que é preciso lembrar da importância de incorporar a questão da sustentabilidade nas negociações internacionais de comércio. “Não dá para fazer essas discussões separadas.
Precisamos do apoio de todos para conseguir conciliar as duas coisas.” Junqueira acrescentou que o importante é a forma como a sociedade vai interagir nesses temas.
“O caminho para uma sociedade de baixo carbono vai exigir esforços setoriais e individuais muito grandes. A coalizão é uma plataforma para facilitar essas discussões.”
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