Escola australiana mantinha criança autista em área cercada
Escola pública mantinha criança autista em área cercada em Camberra, capital da Austrália / Foto: (Thinkstock/VEJA)

Uma escola pública de ensino primário de Camberra, capital da Austrália, está sendo investigada por manter uma criança autista de 10 anos presa em uma estrutura parecida com uma jaula. A área cercada, de dois metros por dois metros, mantinha o menino isolado dos outros alunos dentro da sala de aula, segundo a rede australiana ABC.

A ministra da Educação local, Joy Burch, exigiu abertura de inquérito e afastamento do diretor da escola durante as investigações. Não foram divulgadas imagens da sala de aula.

Especialistas apontam a necessidade urgente de discussão sobre normas para a educação de autistas em escolas regulares. "Muitas vezes, crianças autistas acabam frequentando instituições de ensino que oferecem uma assistência muito limitada" disse à ABC Nicole Rogerson, diretora do Austism Awareness Australia, organização australiana que promove programas de conscientização sobre a doença.

De acordo com especialistas em educação, áreas calmas podem beneficiar crianças com autismo quando elas estão agitadas, mas separá-las fisicamente em um espaço restrito não é uma prática comum. Se necessário, a área pode ser representada por uma cadeira diferente na sala de aula ou pelo uso de fones de ouvido. "Os professores devem entender o que é e quais são os desafios do autismo", disse Trevor Clark, diretor de educação da Autism Spectrum Australia, organização de suporte a portadores de autismo e outras doenças.

Escócia - Em 2010, os pais de um adolescente autista de 18 anos descobriram que a escola mantinha o rapaz preso em uma área similar a um canil, com grades de ferro e porta de madeira. A instituição havia informado aos pais que a infraestrutura da escola contava com uma área de lazer equipada e com segurança para o jovem brincar.