Esteticista usava super diluição em produtos.

A esteticista presa nesta segunda-feira (14), por equipes da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) usava medicamento proibido no Brasil, que causa hemorragia. Ela já era investigada pela polícia.
A esteticista atendia os clientes em um local insalubre, sem ventilação adequada, sem refrigeração para os produtos aplicados, como o ácido hialurônico que deve ser mantido em uma temperatura de 2ºC a 25ºC, em local longe de luz, seco e fresco.
Conforme o delegado Salomão, a esteticista fazia a super diluição como, por exemplo, ao invés de usar 10 ml de produtos no cliente, era usado 0,5 ml, fazendo com que o produto não tivesse o resultado esperado.
Ainda segundo o delegado, a esteticista usava o remédio lipostabil, proibido no Brasil desde 2002 por causar hemorragia. Os efeitos do remédio são: dor intensa, inchaço no local, queimação na região, náuseas, anorexia, diarreia, depressão, aumento de peso, arritmias, hipotensão e fraqueza.
Prisão esteticista
A mulher, que tem formação em estética, estava atuando de forma ilegal e já estava sendo investigada. Isso porque não tinha autorização para realizar a aplicação de ácido hialurônico nos pacientes.
“Ela é formada em estética, ela não pode aplicar nada. Chegou a fazer um ano de Biomedicina, mas não é formada e não concluiu o curso”, explicou o delegado titular da DECON, Reginaldo Salomão.
Segundo o delegado, ela sabia que estava sendo investigada e, com isso, tinha mudança frequente de endereço. Mas, com o auxílio de uma das vítimas, a mulher foi localizada pelos policiais da Decon.
“Ela já é investigada, já causou lesões em outras pessoas. A gente não conseguiu localizar porque ela não tem nada no nome dela. Por meio de uma vítima, chegamos até esse endereço”, disse.
Na ‘clínica’, localizada nos fundos de outros estabelecimentos comerciais na Vila Piratininga, foram apreendidos diversos frascos de ácido hialurônico. Além disso, foi identificado que possivelmente mais de 30 aplicações haviam sido realizadas no local, com base nos materiais encontrados já abertos. Também foram apreendidas notas fiscais e um caderno de clientes.
Foi constatado o descarte irregular das agulhas utilizadas nos procedimentos. No local, os policiais constataram que a mulher realizava o descarte em lixo comum. Além do armazenamento irregular do ácido, sendo que um deles foi apreendido em temperatura ambiente – eles deveriam ser armazenados em refrigerador.
Preço de ‘banana’
Na visão do delegado, o preço ‘baixíssimo’ traz desconfiança quanto ao produto que era aplicado. Isso porque os procedimentos custavam em torno de R$ 500.
“Um tratamento desse é entre R$ 3.500 e R$ 5 mil, ela estava cobrando R$ 500. Então, a gente acredita em uma hiper diluição pontuou.
Agora, o caso será investigado. Contudo, a esteticista deverá responder por expor perigo iminente à saúde de outrem, exercício ilegal da medicina e indução do consumidor ao erro. Pois, no momento da sua prisão, estava atendendo um paciente e havia outro na espera, que inclusive já havia realizado o pagamento do procedimento.
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