Acoplar pequenos motores à roda de uma bicicleta para transformar energia mecânica em elétrica. Essa é a ideia do trabalho de conclusão de curso dos estudantes João Berrocal e João Yamashita, ambos com 18 anos, formandos do curso técnico em Eletrotécnica do Campus Campo Grande do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).
Esse tipo de transformação não é novidade. Usar uma força mecânica para produzir energia elétrica é o princípio aplicado em hidrelétricas, por exemplo. Já existem no mercado carregadores para celulares que podem ser conectados às bicicletas e que custam cerca de R$ 150,00.
O diferencial encontrado pela dupla é usar peças de produtos que não funcionam mais para desenvolver o protótipo. Nas palavras do professor orientador, Fernando Guimarães, os estudantes estão fazendo engenharia reversa, ou seja, criando um novo produto de custo baixo a partir de lixo tecnológico. "Essa reciclagem tecnológica é muito importante nos dias de hoje, quando temos muitos produtos que são descartados", avaliou o professor.
Os estudantes usaram dois motores de uma velha impressora para desenvolver o carregador, capaz de recuperar 30% da carga da bateria de um celular em 30 minutos de pedaladas. "Sãos os motores que puxam o papel", esclareceu Berrocal. O movimento da roda da bicicleta faz o mecanismo do motor se movimentar e gerar energia, que chega até um capacitor e uma pequena tomada USB, na qual é ligado o celular.
"Pode-se ter uma infinidade de utilizações, mas voltamos nosso trabalho para carregar o celular. Montamos um circuito com capacitores e um regulador de tensão. O capacitor continua carregando mesmo quando a pessoa para de pedalar", explicou o estudante.
Segundo o professor Guimarães, o invento tem feito sucesso nos locais em que é apresentado por conta da praticidade e por aliar um esporte que está na moda, o ciclismo, com a necessidade das pessoas de estarem conectadas aos seus celulares.
"O mais importante é que eles conseguiram colocar em prática aquilo que aprenderam em sala de aula. Hoje você vê o projeto acabado e está bacana, mas eles tiveram que pesquisar e evoluir. O ganho pedagógico foi o melhor de todo processo", explicou.
Desde que o trabalho foi apresentado, em agosto deste ano, os jovens já levaram o projeto à Olimpíada do Conhecimento, promovida pelo Senai, e fizeram uma demonstração no evento Portões Abertos, organizado pelo Comando Militar do Oeste (CMO).
O próximo passo é apresentar o projeto na Feira de Ciência e Tecnologia do Campus Campo Grande (Fecintec) do IFMS. A esperança é conseguir classificação para participar de eventos científicos estaduais e nacionais.
Feiras do IFMS - Serão promovidas durante a Semana de Ciência e Tecnologia da instituição, entre 17 e 22 de outubro, de acordo com a programação de cada campus.
As inscrições de trabalhos são gratuitas e devem ser feitas exclusivamente no Sistema de Submissão e Avaliação de Projetos do IFMS, no endereço www.ifms.edu.br/semanact, pelo orientador do projeto.
Os trabalhos serão avaliados por professores e pesquisadores do IFMS e demais instituições afins. Todos os participantes receberão certificados, e os melhores trabalhos em cada categoria serão premiados.
Os dois melhores trabalhos de nível fundamental e médio de cada feira serão credenciados para participação na Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (FETEC/MS), que ocorrerá em novembro, em Campo Grande.
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