A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, alertou que cerca de 5 trilhões de peças de plástico estariam atualmente flutuando nos oceanos do planeta.
Segundo a agência, isto coloca em questão seu impacto potencial numa cadeia de abastecimento alimentar que vai de plâncton a mariscos, peixes, baleias e, eventualmente, seres humanos.
Estudo
A FAO está apoiando um projeto que busca traçar o impacto de resíduos plásticos, incluindo lixo como sacolas plásticas e material usado em produtos como cosméticos e itens de banho no Oceano Índico.
O navio de estudos, operado pelo Instituto Norueguês de Pesquisa Marítima, IMR, em colaboração com a agência da ONU, desde 1975 viaja pelos oceanos para coletar informações sobre recursos marinhos e a saúde dos ecossistemas marítimos.
O outro objetivo é ajudar a treinar cientistas em todo o mundo. Cerca de 18 investigadores de oito países estão a bordo no momento, na segunda de duas missões sazonais.
Normalmente, pesquisadores medem temperaturas de oceanos, níveis de oxigênio, clorofila e processos biológicos como produção de plâncton e distribuição de peixes.
No entanto, este ano, havia dois objetivos adicionais, entre eles, avaliar a escala e natureza do lixo industrial em partes remotas do sul do oceano Índico.
Vida Selvagem
O líder da primeira etapa, Reidar Toresen, do IMR, afirmou que a equipe achou “partículas de plástico” em quase todas as estações onde colheu amostras.
Resíduos plásticos no oceano podem ser ingeridos por vida selvagem causando danos. Até pequenos plânctons já foram vistos consumindo resíduos plásticos.
A FAO alerta que isto pode ter resultados trágicos e cita o exemplo das tartarugas marinhas que comem sacolas plásticas e, muitas vezes, morrem porque sua digestão é paralisada.
Ilhas de Lixo
De acordo com a agência, enormes ilhas de lixo flutuantes, com o dobro do tamanho do estado do Texas, foram recentemente localizadas nos oceanos Atlântico e Pacífico. No entanto, o sul do oceano Índico é relativamente inexplorado.
Na missão em curso, a equipe também está lançando novos sensores, de alta tecnologia para medir uma série de elementos biológicos em águas profundas.
Alta Tecnologia
Estes sensores robóticos estão um passo a frente em relação ao robôs flutuantes que já são usados para monitorar temperatura e salinidade dos oceanos.
Os novos são programados para mergulhar em uma profundidade de até 2 mil metros para coletar indicadores da saúde dos oceanos.
Estes dispositivos coletam dados em diversas profundidades e após voltarem à superfície transmitem as informações aos cientistas por satélite.
A promoção de oceanos e pesca sustentável é um prioridade para a FAO. A produção pesqueira é fonte de 80 milhões de toneladas de alimentos nutritivos todos os anos.
Junto com a aquicultura, a pesca fornece a cerca 3 bilhões de pessoas em todo o mundo 20% de sua ingestão de proteínas e quase 60 milhões de postos de trabalho.
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