Doença está no ranking das cinco doenças com maior taxa de hospitalização no SUS.
Apesar do que se acreditava no início da pandemia, a asma não é fator de risco para a Covid, no entanto, o número de internações anual no SUS (Sistema Único de Saúde) é alto.
Conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 20 milhões de brasileiros são asmáticos.
No dia 21 de junho, é celebrado o Dia Nacional de Controle da Asma.
A data tem como objetivo despertar na população a consciência sobre cuidados para controle da doença, que é a terceira ou quarta causa de hospitalizações no SUS, conforme grupos de idades, ocasionando uma média de 350 mil internações por ano.
A asma é uma doença pulmonar crônica que provoca a inflamação das vias aéreas, o que faz com que fiquem estreitas e inchadas, dificultando a passagem de ar.
Além disso, a doença gera ainda aumento da produção de muco agravando o problema. São sintomas comuns a falta de ar, com sensação de sufoco, aperto no peito, chiado e tosse.
“Apesar de ser uma doença incurável é passível de controle, pode haver períodos em que os sintomas desaparecem, mas o acompanhamento médico é altamente recomendado, mesmo quando as crises amenizam”, aconselha a médica pneumologista Ana Maria Campos Marques.
A asma é causa de afastamentos nos trabalhos e escolas e quando não adequadamente controlada pode levar ao óbito.
No período da noite, madrugada e durante a realização de exercícios físicos é quando a doença mais se manifesta.
Além disso, pode ser desencadeada ou agravada por vários fatores como alergias (poeira, ácaros, fungos, pelos de animais), variação climática com a exposição ao frio, agentes irritantes, tais como poluição, fumaça, cigarro e outros. Alterações na saúde emocional e medicamentos também podem piorar as crises.
Cada paciente recebe tratamento individualizado. Algumas recomendações, no entanto, servem para todos os asmáticos.
“Evitar os gatilhos que disparam as crises é indispensável. Poeira, fumaça de cigarro e mofo são alguns deles. Também o uso do medicamento deve ser contínuo, conforme a recomendação médica”, destaca a especialista. “Quem adota o tratamento adequadamente consegue controlar a doença e ter qualidade de vida”, prossegue.
Diferente do que se acreditava, a asma não é fato de risco pra covid, conforme explica a profissional.
“Os pacientes asmáticos não fazem parte do grupo de risco, já que ficou constatado que aqueles que mantêm a doença controlada não apresentam quadro clínico mais grave”, frisa Ana Maria.
A especialista diz que, no entanto, os pacientes que não seguem tratamento medicamentoso por recomendação médica tendem a apresentar uma forma grave da asma quando em quadro infeccioso respiratório quer seja por vírus ou bactérias.
“Por esse motivo, é muito importante continuar com a medicação e não suspender nenhum remédio sem consultar o médico”, orienta.
“Agora, em que a pandemia segue em total descontrole, temos que considerar que morar no Brasil, por si só, é um fator de risco, então, uma comorbidade respiratória aumenta a chance de gravidade da Covid-19. Com mais de 490 mil mortes no país, o Sars-CoV-2 já atinge hoje pessoas saudáveis, jovens e sem quaisquer comorbidades. A asma é uma doença crônica que hoje conta com os mais diversos recursos terapêuticos, para todos os quadros clínicos, dos mais leves aos mais graves e de difícil controle. Siga as recomendações do seu médico”, conclui a médica.
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