Dois adolescentes caíram do telhado de um galpão quando tentavam fugir de fiscalização da Polícia Militar (PM) e do Conselho Tutelar em uma festa que participavam, entre a noite desse sábado (11) e a madrugada deste domingo (12), em Três Lagoas, a 313 quilômetros de Campo Grande. Um deles teve traumatismo craniano.

A coordenadora do Conselho Tutelar do município, Miriam Monteiro Herrera Hamd, disse ao G1 que por volta das 22h30 (de MS), recebeu denúncia de que no local estava sendo realizada festa com adolescentes e consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes.

Os cinco conselheiros da cidade e policiais militares foram ao local. "Demoraram mais de 20 minutos para abrir a porta e ouvíamos gritos de orgia. Quando entramos, muitas pessoas que estavam na festa saíram correndo", disse Miriam.
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Ainda conforme a conselheira, algumas dessas pessoas saíram pelo fundo do local onde a festa era realizada, subiram em um muro e alcançaram o telhado de zinco de um galpão vizinho. A telha quebrou e dois meninos, um de 15 e outro de 16 anos, caíram e foram levados pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Auxiliadora.

Segundo informações da assessoria de imprensa da unidade de saúde, até a publicação desta reportagem, o garoto mais velho estava em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com fratura de crânio.

O mais novo teve ferimentos no rosto, fez exames, colocou tala no antebraço e ficou internado na unidade masculina.

"Em sete anos de Conselho, nunca me vi numa situação como esta. Nunca pegamos uma situação como esta. Nunca, nunca, nunca", diz Miriam.

Prisão

Conforme Miriam, a festa era realizada em um imóvel destinado a aluguel para realização de eventos. O responsável pela festa, um rapaz de 20 anos, foi levado para delegacia e preso. "Fornecimento de bebida alcóolica a adolescente é crime e isso foi constatado lá", afirma. "Alguns adolescentes não conseguiam nem parar em pé", acrescenta.

O Conselho Tutelar conseguiu identificar 50 adolescentes. "Eles tinham entre 12 e 16 anos. Muitos de 14 anos e poucos de 17", fala a conselheira.

Miriam explica que o procedimento do Conselho Tutelar em casos como esse é levar os garotos até a sede da entidade, chamar os pais e notificá-los. No entanto, no caso da festa, como havia muitos adolescentes e não tinha veículo adequado para o transporte, os conselheiros pegaram os dados, que serão encaminhados ao Ministério Público para as devidas providências.