Israel também tem bombardeado a região, em ataques que causaram mais de 2.800 mortos, segundo as autoridades palestinas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta segunda-feira (17) para o risco iminente de mortes por infecções em Gaza pelo fato de Israel só ter permitido o abastecimento de uma quantidade mínima de água desde o início da guerra com o Hamas.
Ao atualizar informações sobre a situação na Faixa de Gaza, a ONU disse que Israel autorizou, até agora, o abastecimento de menos de 4% da água consumida pela população antes do início da guerra com o movimento islamita.
O risco de mortes por infecções 'é iminente se a água e o combustível não forem imediatamente autorizados a entrar no enclave palestino', afirmou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês).
Após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense, que deixou mais de 2.400 mortos em 7 de outubro, Israel anunciou o corte no fornecimento de água, eletricidade e combustível à Faixa de Gaza.
Israel também tem bombardeado a região, em ataques que causaram mais de 2.800 mortos, segundo as autoridades palestinas.
O Hamas, considerado organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, controla a Faixa de Gaza desde 2007.
Israel mantém o território de 2,3 milhões de habitantes cercado desde o ataque do Hamas e pediu a cerca de metade da população local para se deslocar para o sul na antecipação de uma ofensiva terrestre.
A retomada do abastecimento de água foi feita especificamente na zona leste da cidade de Khan Younis, no sul, onde os palestinos continuam a chegar depois da ordem de retirada da população do norte.
'Dado o colapso de praticamente todos os serviços de água e saneamento em Gaza, a população corre o risco de morrer de doenças infecciosas', disse a ONU.
De acordo com organizações humanitárias, o combustível que os hospitais utilizam para o funcionamento dos geradores, que produzem quantidade mínima de eletricidade necessária para continuarem a funcionar, deverá se esgotar nas próximas horas.
'Gaza está sob apagão total pelo sexto dia consecutivo', informou a ONU na atualização divulgada na cidade suíça de Genebra, citada pela agência espanhola EFE.
'Os hospitais estão à beira do colapso porque as reservas que utilizam para os geradores se esgotaram quase completamente, pondo em risco a vida de milhares de pacientes'.
O Ocha confirma que é mantido o bloqueio à Faixa de Gaza e que o posto fronteiriço de Rafah continua fechado, apesar da expectativa de que iria ser aberto nessa segunda-feira.
Rafah liga Gaza à península egípcia do Sinai e é a única fronteira do território palestinino não controlada por Israel.
O fechamento de Rafah impede a entrada de alimentos, água e medicamentos que as Nações Unidas colocaram no Egito e que estão prontos para serem distribuídos em Gaza.
Os Estados Unidos têm negociado com as partes relevantes no conflito a abertura de Rafah para permitir a saída de estrangeiros retidos em Gaza e a entrada da ajuda humanitária.
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