Genética, envelhecimento, tabagismo, bexiga hiperativa, lesões medulares ou doenças do sistema nervoso são alguns fatores que podem causar incontinência urinária (perda involuntária de urina). No Dia Mundial da Incontinência Urinária, lembrado neste sábado (14), a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) alerta que a doença tem tratamento e que não pode ser considerado um problema normal da idade.
Estimativas apontam que 35% das mulheres após a menopausa sofrem de incontinência urinária ao fazer algum esforço e 40% das gestantes vão apresentar um ou mais episódios do problema durante a gestação ou logo após o parto. Entre os homens, cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para retirada da próstata também podem apresentar incontinência.
Carlos Sacomani, diretor de Comunicação da SBU, a doença não é normal em nenhuma idade e tem tratamento.
— O idoso tem algumas alterações na bexiga que o levam a desenvolver a incontinência, seja pelo envelhecimento do esfíncter ou por microcontrações que surgem na bexiga.
O chefe do Departamento de Urologia Feminina da SBU, Márcio Averbeck, afirma que mais da metade dos casos de incontinência é de esforço.
— Neste caso, o tratamento consiste em exercícios para o assoalho pélvico, medicamentos ou cirurgia. Alguns tratamentos importantes já são cobertos pelos planos de saúde desde 2014, como o esfíncter artificial (para incontinência após cirurgia de próstata) e a neuromodulação sacral (semelhante a um "marca-passo", utilizado para estimular os nervos que proporcionam o controle da bexiga).
A neuromodulação sacral é mais uma opção no leque de tratamentos para quem tem a bexiga hiperativa. Averbeck diz que depois de tentar diversos tratamentos sem sucesso, optou pela neuromodulação.
— A bexiga hiperativa pode ser a causa da urgência para urinar e, em alguns casos, pode estar associada à contração involuntária da bexiga em momentos inapropriados, o que leva à perda da urina. Estima-se que 18% da população adulta no Brasil sofram de bexiga hiperativa.
Prevenção
A prevenção à incontinência urinária se dá com administração de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. O exercício consiste na contração do assoalho pélvico por 10 segundos e o relaxamento por 10 segundos. O movimento deve ser repetido 10 vezes por, pelo menos, três vezes ao dia. Estes músculos são importantes para o controle da micção.
— A primeira opção de tratamento é o exercício acompanhado por um médico ou fisioterapeuta para conscientização do músculo que precisa ser contraído. Em muitos casos, o exercício já resolve o problema, por isso é necessário consultar o urologista.
Além dos exercícios, ter hábitos saudáveis auxilia na prevenção. Evitar o sedentarismo e a obesidade, controlar o ganho de peso nas gestações, praticar exercícios para fortalecer o assoalho pélvico, evitar a prisão de ventre e não fumar (para diminuir a tosse e a irritação da bexiga) são algumas das atitudes que colaboram com a prevenção.
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