O geólogo Felisberto Santiago acredita que podem existir outras lagoas de água cristalina como a que foi formada durante escavação de obras de recuperação de vias perto da BR-262, em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
"Devemos encontrar água abundante superficial em algumas regiões dessa localidade. Em vários pontos podem dar essas vazões superficiais”, afirmou.
A lagoa de água cristalina está localizada em um assentamento a 40 quilômetros da cidade. O solo da região é de rocha calcária, por isso uma equipe da prefeitura retirava a terra para consertar as estradas do assentamento quando se depararam com a mina.
Pelo fato da água ser incolor e inodora, o pesquisador e agrônomo da Embrapa Pantanal Ulisses Mehl diz que existem ‘bons indícios’ de que o líquido seja potável. "Mas é importante que façamos essas análises para confirmar essa primeira percepção que tivemos”, destacou.
A fonte pode ser a solução para os moradores do assentamento, que sofrem com a escassez de água.
A pequena quantidade de água utilizada pelos assentados é extraída de um poço, que bombeia o líquido para uma caixa de onde é distribuída, mas não chega a todas as propriedades. O agricultor Bento Silva, por exemplo, perdeu toda a plantação de feijão por conta disso.
Já o produtor rural Cido Pereira cria ovelhas e precisa andar 20 quilômetros para buscar água para os animais. "Eu pego a carroça que eu tenho, vou lá em um amigo meu que me cede a água. Daí eu pego 200, 250 litros de água um dia sim, um dia não", falou.
A descoberta da lagoa de água cristalina pode ser a esperança dos pequenos produtores no Pantanal. Técnicos da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) já estiveram no local, coletaram amostras do líquido e o laudo deve sair até sexta-feira (10).
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