Desabastecimento fez o saco de batatas saltar de R$ 70 para R$ 200 nesta quarta
A Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande começa a sentir os efeitos da greve dos caminhoneiros, que nesta quarta-feira (23) completa três dias. Cargas de produtos que deveriam ser entregues na cidade estão retidas em vários pontos do país e o desabastecimento faz alguns produtos beirarem o triplo do preço.
É o caso das batatas, cuja saca de 50 quilos estava custando R$ 70 e hoje estava sendo vendida por R$ 200, uma variação de 185,71%.
“Alguns produtores não estão querendo nem colher os produtos do campo porque sabem que vão acabar perdendo. Até a qualidade do produto começa a cair. Não trago batatas pequenas e escuras, mas já estamos ficando sem. Tenho dois caminhões lotados desse alimento parados. Quando chegarem aqui, provavelmente terão estragado”, diz Luiz Queiroz, 47 anos, administrador de um dos boxes.
Ana Paula Lopes, 28 anos, está com dois caminhões de melancia travados em São Paulo, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul. “Essa carga deveria abastecer uma unidade de uma rede de atacadistas em Dourados na segunda e ainda não chegaram, ou seja, eles já devem estar sem”, disse.
Por enquanto, segundo ela, os preços desses produtos ainda não foram reajustados, mas a direção do box vai se reunir ainda hoje para definir as mudanças, com efeito a partir de amanhã.
“A caixa de abacate de 20 quilos, por exemplo, hoje está custando R$ 35, mas pode chegar até R$ 45. A caixa de mamão está em R$ 28 e pode chegar a R$ 33. A melancia, cujo quilo está custando R$ 1, deverá chegar a R$ 1,50”, pontua.
O problema não é apenas o atraso, mas o perecimento das cargas. “O mamão tem que sair da fazenda começando a amadurecer e chega aqui maduro para o consumidior final, mas se fica dois dias na estrada, ele começa a passar”, explica.
A maioria dos comerciantes da Ceasa que trabalham com frutas têm estoques para garantir os preços vigentes por mais alguns dias. Já os que vendem legumes, não. Os vendedores estimam que estes produtos terão variações ainda maiores.
Mudanças – Os caminhoneiros querem que a Petrobras reveja a política de preços, que atrela o valor dos combustíveis às altas e baixas do dólar. Em Campo Grande, a categoria começou a parar no domingo, quando os veículos ficaram estacionados nos postos. Na segunda ela ganhou as estradas.
Em Mato Grosso do Sul as cargas perecíveis ou vivas estão sendo autorizadas a seguir viagem, assim como carros de passeio, ônibus e demais veículos. Porém, não está acontecendo o mesmo em outros estados, que já registraram até mesmo cenas de violência.
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