Um morador de rua foi obrigado a lavar a calçada do Terminal de Ônibus Guadalupe, no centro de Curitiba, na manhã da última segunda-feira. O homem foi flagrado por dois seguranças após defecar no chão. De acordo com o leitor Célio Borba, os agentes gritaram com ele durante a limpeza e exigiram rapidez. A prefeitura afirmou que os vigilantes apenas o auxiliaram.
Célio acompanhou a cena de perto, por volta das 11h30, e registrou em vídeo a ação dos seguranças. “Imediatamente arrumaram balde e vassoura para o morador de rua, visivelmente com problemas de locomoção, lavar parte da calçada. Os dois são da empresa Metropolitana. Enquanto um fiscalizava o trabalho do morador de rua, que mal conseguia andar, o outro trazia água num balde”, relatou. “Os dois exigiam rapidez e gritavam com ele para agilizar a limpeza”, completou.
O leitor afirmou ainda que existem dois sanitários públicos no terminal, porém os passageiros são obrigados a pagar R$ 0,50 para utilizá-lo.
Procurada pelo Terra, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, informou que, assim que tomou conhecimento a respeito do fato, a Urbs - Urbanização de Curitiba, empresa que gerencia o transporte coletivo da capital, entrou em contato com a Metropolitana, contratada para vigilância do terminal.
Segundo a administração municipal, a gerência operacional da Metropolitana informou à Urbs que “o cidadão foi flagrado defecando na calçada, junto à parede do terminal, criando uma situação de desconforto e risco sanitário para as pessoas que transitam por ali”. A empresa disse que, ao ser abordado pelos seguranças, o morador de rua mostrou-se envergonhado e se dispôs a limpar o local, sendo “auxiliado” pelos vigilantes.
A prefeitura ressaltou que o Terminal Guadalupe é ponto de parada de 40 linhas de ônibus metropolitanos e que, diariamente, passam por ali 70 mil passageiros. O órgão informou que a limpeza do local é feita no decorrer do dia e que, no momento em que o cidadão defecou na calçada, a equipe responsável estava em horário de almoço, o que exigiu “uma providência imediata”. A administração municipal finalizou dizendo que a limpeza, neste caso, “foi feita pelo cidadão responsável pela sujeira e os dois vigilantes”.
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