Mariza Pires foi assassinada aos 66 anos no Parque Residencial União em dezembro do ano passado.
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Diego Pires de Souza, de 36 anos, virou réu pelo assassinato da própria mãe, Mariza Pires, ocorrido no Parque Residencial União, em Campo Grande. O crime aconteceu no dia 27 de dezembro do ano passado e Diego virou réu pelo feminicídio na última sexta-feira (24).
A idosa foi encontrada morta com um corte na cabeça, nariz quebrado e lesões pelo rosto. O filho foi preso logo após o crime e levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Diego foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) no último dia 10 de janeiro pelo crime de feminicídio.
Na última quinta-feira (23), o MPMS apresentou aditamento à denúncia para que seja inclusa a qualificadora de pessoa maior de 60 anos de idade, prevista no artigo 121-A, inciso II, visto que Mariza tinha 66 anos quando foi assassinada pelo filho.
Ainda, o MPMS pediu que sejam acrescentadas três testemunhas no rol, sendo uma delas o vizinho que presenciou parte dos fatos naquele 27 de dezembro, a delegada que atendeu a ocorrência e o médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
E na última sexta (24), o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou a denúncia, bem como a qualificadora e determinou que seja retirado o segredo de justiça do processo. O magistrado ainda determinou que o réu seja citado para apresentar resposta à acusação em até dez dias.
Diego efetuou inúmeros golpes de pá contra a própria mãe
O feminicídio aconteceu na noite do dia 27 de dezembro no Residencial União. Segundo a denúncia, Mariza e o filho estavam discutindo, quando o homem pegou uma pá e efetuou diversos golpes contra a cabeça dela. Mariza não resistiu e morreu no local.
“O crime foi cometido por meio cruel, visto que o denunciado DIEGO PIRES DE SOUZA efetuou inúmeros golpes de pá contra a cabeça da vítima MARIZA PIRES, quebrando o seu nariz, fraturando o crânio na região traseira e causou lesões contusas na face da vítima MARIZA PIRES”, diz trecho da denúncia.
Por fim, o MPMS argumentou que Diego deve ser pronunciado para que seja submetido a julgamento.
Brigas entre mãe assassinada e filho eram frequentes em casa
Atordoados com o feminicídio da vizinha de 66 anos, colegas contaram que as brigas entre ela e o filho eram frequentes.
Ao Jornal Midiamax, uma vizinha, que preferiu anonimato, disse que percebia que o filho da mulher causava muitos problemas. “Ele dava muito problema para a mãe dele e também tinha surtos psicóticos. Ele vivia brigando com um monte de gente e todo mundo acaba ouvindo”, relatou a moradora.
Ainda no local, a vizinha disse que anteriormente o filho já teria roubado um aparelho celular de um morador.
Outro relato que a reportagem colheu no local foi de que muitos vizinhos presenciavam as brigas. “Muitos vizinhos já chegaram a presenciar a briga dele com a própria mãe. Como a casa dela é muito fechada, não dava para ouvir direito, mas pelo relato da vizinhança dava para saber que duas vezes na semana ocorrida uma briga com ele, justamente por ele ser uma pessoa bem problemática”, contou.
Feminicídio
Segundo o boletim de ocorrência, uma equipe da 10ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) foi acionada com a informação de que a idosa teria sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Porém, ao chegar no local, os militares encontraram duas equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) realizando massagem cardíaca na vítima que estava com um corte profundo na cabeça e muito sangue em seu corpo. A sala da residência também estava tomada por sangue.
Na ocasião, o filho foi o primeiro a chegar na residência, mas apresentou versões contraditórias, dizendo que a mãe sofreu apenas uma queda. Em seguida, o médico do Samu afirmou aos policiais que as lesões encontradas não aparentavam ser de acidente, mas de assassinato.
Com isso, a Perícia e a Polícia Civil foram acionadas para o local e o filho da idosa foi conduzido para a delegacia.
Filho disse ao vizinho que encontrou mãe desmaiada em casa
Ainda no local, um vizinho foi até o imóvel e relatou aos policiais que o filho foi até sua casa e disse que encontrou a mãe desmaiada e ensanguentada na residência. Porém, quando o vizinho viu o imóvel estranhou a quantidade de sangue e os machucados.
À polícia, ele contou que perguntou ao filho da idosa sobre quem teria cometido as agressões, mas o mesmo respondeu que saiu para comprar cigarro em uma conveniência. Ao retornar, teria encontrado a idosa naquela situação.
Diante dos fatos, ele acionou o Samu. Durante o socorro, o irmão do vizinho também chegou ao local e logo ficou desconfiado.
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