Um projeto de extensão desenvolvido pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), unidade de Maracaju, está resultando na geração de renda para um grupo de pessoas que vivem da coleta de materiais recicláveis na cidade. O projeto “ELOS – Incubadora de Tecnologia Social para Cooperativas Populares” teve como primeiro empreendimento incubado a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Maracaju-MS – ACMR.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Alex Sandro Richter von Mühlen, o projeto de extensão é multidisciplinar financiado pelo Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). “Nosso objetivo é estimular e assessorar as cooperativas populares voltadas a atender coletividades em situação de vulnerabilidade socioeconômica”.
Desta forma, a UEMS de Maracaju prestou um grande serviço na orientação para que fosse criada a associação que atua nos moldes do cooperativismo. No caso da ACMR, as pessoas que a compõem precisavam se organizar em torno de uma cooperativa popular para que pudessem obter mais ganho e, com isso, sustentarem suas famílias.
Durante o desenvolvimento do projeto, a Incubadora ELOS adotou diversas metodologias de pré-incubação e incubação junto ao grupo atendido, dentro do princípio da economia solidária. “Já podemos verificar alguns resultados positivos como a conscientização e motivação do grupo quanto à autogestão, independência financeira da Associação e da Prefeitura, organização e disciplina no trabalho, além do aumento no volume do material coletado e da renda dos associados”, expõe Alex.
Hoje, a entidade conta com 12 associados. Com a organização em forma de associação, todo o material coletado diariamente na cidade é separado, prensado e pesado, sendo atribuído o tipo de material e peso ao associado que fez a coleta, para posterior venda do material e rateio proporcional das receitas. Quinzenalmente a prefeitura de Maracaju freta um caminhão que leva todo o material coletado da Associação dos Catadores até Campo Grande. Esse material é vendido pela Associação diretamente à empresa METAP (a maior empresa de reciclagem do MS) sendo que o pagamento é feito diretamente na conta da Associação no Banco do Brasil. Conta essa movimentada exclusivamente pela presidente e tesoureiro da associação de catadores.
O valor pago pela METAP chegou a ser até 10 vezes superior ao valor pago por atravessadores da cidade, o que gera maior renda aos associados. A entidade adquiriu vários equipamentos como prensa, balança e demais utensílios para a prática da triagem dos materiais e acondicionamento dos mesmos em fardos.
“Vale ressaltar que a Associação foi desincubada da ELOS em 2013 (quando encerrou o projeto) mas a UEMS continua dando apoio em algumas demandas pontuais para a associação”, afirma o professor Alex.
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