Houve um reajuste médio de 30% nos preços dos eletroeletrônicos ao consumidor.
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Em meio à disparada da inflação, que em 12 meses chega a 10,67%, a Black Friday (última sexta-feira de novembro) terá dois grandes desafios este ano. O primeiro é mostrar ao consumidor que os preços serão menores do que os de um passado recente. O outro é fazer a oferta caber no bolso do brasileiro, cuja renda está corroída. 'O consumidor perdeu a referência de comparação de preços por causa da inflação elevada', diz o diretor de Varejo da consultoria GFK, Fernando Baialuna.
A Black Friday supera o Natal na comercialização de eletroeletrônicos desde 2014 e já responde por um quinto dos negócios anuais desses itens, em valor. Este ano será mais desafiador. Por causa da pressão de custos em razão da escassez de matérias-primas e alta do câmbio, desde o início da pandemia houve um reajuste médio de 30% nos preços dos eletroeletrônicos ao consumidor. 'O produto que custava R$ 100 dois anos atrás agora sai por R$ 130 e, com o desconto da Black Friday, vai para R$ 110', compara. Isso quer dizer que, mesmo com o desconto, em muitos casos, o preço será superior ao pré-pandemia.
ESFORÇO EXTRA Diante da dificuldade de cortar preços, as varejistas estão promovendo a forma de pagamento para tornar a compra mais compatível com a renda. A Via, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, já está parcelando em até 30 vezes no cartão próprio as compras da Black Friday. A Lojas Cem é outra grande rede varejista que pretende ampliar a quantidade de parcelas sem juros para tentar encaixar a prestação no orçamento do consumidor.
'O consumidor está sem dinheiro: o custo de vida com produtos básicos, como combustível, comida, subiu muito e sobram menos recursos para a compra de outros itens', diz o supervisor-geral da rede, José Domingos Alves. A expectativa é de uma Black Friday 'morna'. 'Vamos vender um pouquinho mais em valor em relação à Black Friday do ano passado, mas a quantidade de produtos será menor '
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