Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE.

Os preços da indústria subiram 1% na passagem de abril para maio, resultado menor que a alta registrada de março para abril (2,19%), representando uma desaceleração da inflação de preços industriais.
É também a menor variação de preços no ano de 2021.
O acumulado no ano atingiu 17,58% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses foi de 35,86%.
Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE.
A taxa de maio é a 22ª positiva consecutiva na comparação mensal. A pesquisa mede a variação dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 16 tiveram variações positivas em maio.
A maior influência no índice veio de alimentos, que representou 0,35 ponto percentual do total, seguido por metalurgia (0,25 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 p.p.) e produtos de metal (0,09 p.p.).
Um dos motivos da desaceleração, segundo o gerente do IPP, Manuel Souza Neto, foi a desvalorização do dólar no mês de maio.
O real valorizou em cima do dólar em 4,9%, o que para o especialista é um percentual considerável para um único mês.
"Com isso, uma série de produtos cotados em dólar caíram de preço", explica.
A alta nos alimentos em maio foi de 1,48%. Assim, o setor registra variação acumulada de 8,96% no ano e de 30,54% em 12 meses. Os preços na atividade em maio de 2021 foram 30,54% maiores do que os de maio de 2020.
Souza Neto afirma que o resultado em alimentos tem influência dos preços praticados no mercado externo e da estiagem que ocorreu no Brasil, que afetou a produção do leite.
Alimentos também têm o principal impacto no índice anual (7,57 pontos percentuais em 35,86%).
Outra alta preponderante em maio foi na metalurgia (3,54%), a maior variação entre todas as atividades no mês. A alta acumulada pelo setor no ano é de 31,85% e 49,89% nos últimos 12 meses.
Ambas são as maiores variações acumuladas da atividade em toda a série histórica, iniciada em 2014. "Impacto do preço dos insumos, em especial, do minério de ferro", justifica o gerente da pesquisa.
Fecham as quatro atividades que mais influenciaram o resultado do mês refino de petróleo e produtos de álcool (1,80%) e produtos de metal (3,12%).
Em relação às grandes categorias econômicas, o IPP registrou uma queda em maio: de 0,36% em bens de capital.
Já bens intermediários teve alta de 0,88%, enquanto bens de consumo subiu 1,48%, sendo que 1,13% em bens de consumo duráveis e 1,54% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Mais sobre a pesquisa
O IPP, cujo âmbito são as indústrias extrativas e de transformação, tem como principal objetivo mensurar a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, bem como sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país.
Constitui, assim, um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e, por conseguinte, um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.
O IPP investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Coletam-se cerca de 6 mil preços mensalmente.
Adotando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0, o IPP gera indicadores para 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, além de reorganizar os mesmos dados em grandes categorias econômicas, abertas em bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!