Janeiro será marcado pelo aumento nos preços do feijão e arroz na mesa dos brasileiros.
O ano de 2024 traz consigo desafios significativos para o bolso dos consumidores brasileiros, principalmente no que diz respeito à tradicional combinação de feijão e arroz.
A situação contrasta com o discurso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em outubro de 2022 prometeu intervenções para controlar os preços dos alimentos por meio de estoques reguladores. O atual cenário, entretanto, desafia essas promessas, evidenciando a complexidade do controle inflacionário em um contexto de variabilidades climáticas e cenário internacional.
Recentemente, o feijão preto atingiu um preço recorde, chegando a R$ 400 por saca para o produto importado da Argentina, conhecido por sua qualidade superior. O feijão nacional, por sua vez, impactado por condições climáticas desfavoráveis, teve seus preços variando entre R$ 350 e R$ 370 por saca. Paralelamente, o arroz experimentou as cotações internacionais mais altas dos últimos 15 anos.
Evandro Oliveira, consultor da agência Safras e Mercado, destaca o impacto das restrições às exportações de arroz por grandes produtores como a Índia, que buscam controlar a inflação interna. No Brasil, varejistas tentam evitar repassar integralmente o aumento de custos aos consumidores, enquanto as indústrias enfrentam margens comprometidas e capacidade ociosa.
O estado do Paraná, o maior produtor de feijão do Brasil, enfrentou uma quebra de 18% na safra devido às chuvas, enquanto Minas Gerais lidou com uma seca prejudicial. No Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz, a estiagem severa afetou a produção. Além disso, o Paraguai, fornecedor para o Brasil, viu suas plantações serem prejudicadas por enchentes.
Vlamir Brandalizze, consultor de commodities agrícolas, alerta que a produção de arroz não atenderá à demanda, enquanto a Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) destaca que a diminuição da área plantada forçou o aumento dos preços. Produtores, em busca de alternativas, têm optado por substituir o arroz por soja e pecuária, além de buscar mercados externos. Restrições nas exportações, especialmente por países asiáticos como a Índia, têm contribuído para alterações no mercado global.
Diante desse cenário desafiador, os consumidores brasileiros e a indústria aguardam ansiosos por medidas que minimizem os impactos e garantam a disponibilidade desses alimentos fundamentais a preços acessíveis. O monitoramento contínuo das condições climáticas e ações governamentais serão cruciais para enfrentar os desafios econômicos que se apresentam no início deste ano.
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