Não são só as feridas dos machucados causados pelo acidente que incomodam a estudante Amanda Machado, de 17 anos. A jovem, que ficou conhecida por compartilhar selfies após capotar de carro na estrada que liga as cidades paranaenses de Palotina e Terra Roxa, lamenta o fato de as imagens terem viralizado e reclama de comentários ofensivos que tem recebido desde então. Ainda se recuperando do acidente, ela conta que evita sair de casa, pois têm sido criticada e “olhada de forma diferente” pelos vizinhos.
— Foi um acidente muito horrível, eu não queria que tivesse ganhado essa proporção tão enorme. Tem muita gente dizendo que a gente está tentando se aproveitar, para ganhar fama em cima disso. Imagina? Ontem eu precisei sair na rua e todo mundo ficou me olhando. Sabe aquele momento em que todo mundo se cutuca? Aí ficam: “Olha, olha. É ela”. Horrível, dá medo — lamenta a estudante, que estava acompanhada do amigo Maurício Cruz, de 24 anos, que também não tinha carteira de habilitação.
Amanda explica que só decidiu compartilhar as fotos no aplicativo Snapchat após tentar, sem sucesso, fazer contato com a família. Ela esclarece que, por falta de sinal, não conseguiu fazer ligações e nem enviar as fotos, que só foram compartilhadas quando ela deixou o local e o aparelho voltou a funcionar.
— Eu tentei ligar. Não sei se porque a gente estava na estrada, não estava pegando direito o celular. Tentei ligar pro meu pai, não consegui. Tentei mandar áudio no WhatsApp, nada. Aí eu comecei a me desesperar. O Maurício só do meu lado pedindo desculpa e eu desesperada. Compartilhei as fotos no Snapchat pra que alguém pudesse ver, mas também não carregou. Só quando a gente saiu de lá que eu comecei a receber ligação, o sinal voltou e as fotos carregaram, tanto pro WhatsApp quanto pro Snapchat — esclarece Amanda, que, nas fotos, mostra que o veículo chegou a atingir a velocidade de 180 km/h.
Com ferimentos na cabeça, no pulso e no joelho, a estudante aguarda a data para retirar os pontos. Maurício — que foi procurado pela reportagem do EXTRA, mas não foi encontrado — teve a perna quebrada, foi atendido no Hospital Bom Jesus, em Toledo, e foi liberado. Segundo Amanda, o celular do rapaz quebrou no acidente.
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual do Paraná, o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que está responsável pelas investigações sobre o acidente. Os dois envolvidos devem ser ouvidos nos próximos dias.
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