Entre o público de 18 a 26 anos, em nenhuma faixa etária a procura chegou a cem pessoas em nove dias de atendimento.
Em meio à polêmica nacional sobre a suposta fraude de dados sobre a vacinação da família Bolsonaro e pessoas próximas ao ex-presidente, campo-grandenses estão dando mostras de que a vacina contra a covid definitivamente não está mais entre as prioridades, principalmente entre o público mais jovem.
Prova disso é que desde o dia 25 de abril, quando a bivalente contra a covid foi liberada para todas as pessoas com mais de 18 anos, apenas 7.769 pessoas de até 59 anos haviam procurado os postos de vacinação até esta quarta-feira (03), conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Neste mesmo período, outras 2.587 pessoas com 60 anos ou mais receberam a vacina, totalizando 10.356 pessoas imunizadas em nove dias, o que equivale a 1.150 atendimentos diários. No segundo dia após a ampliação do público, a procura chegou a 2.132 pessoas, o que foi motivo de comemoração para a Sesau, já que tamanha procura não era registrada desde julho do ano passado. Depois disso, porém, a busca vem caindo.
Na comparação com o período em que ela estava disponível apenas para pessoas acima de 60 anos, grávidas, puérperas e pessoas com comorbidades, a procura até que melhorou, mas não na mesma proporção da ampliação do público.
E os números mostram que quanto menor a idade, menor o interesse. Na faixa etária de 18 a 26 anos, todas estão abaixo de cem vacinados em nove dias. Pessoas com 26 anos, por exemplo, apenas 45 haviam sido atendidas até ontem. Entre os campo-grandenses com 20 anos, somente 57 procuraram os postos de vacinação.
Levando em consideração que, em média, existem 13 mil pessoas para cada faixa etária na cidade, equivale a dizer que menos de 0,5% dos campo-grandenses com 20 ou 26 anos foram em busca da bivalente contra a covid nos primeiros dias de atendimento.
À medida que a idade aumenta, a procura sobe, mas apenas um pouco. Em todas as faixas etárias entre 54 e 59 anos foram mais de 310 imunizações em nove dias, o que ainda é um número baixo, levando em consideração que a estimativa é de que existam em torno de oito mil campo-grandenses para cada uma destas faixas etárias.
Antes da ampliação do público alvo, 37,4 mil doses da bivalente haviam sido aplicadas em Campo Grande ao longo de dois meses. A média diária dos 30 dias anteriores à liberação para pessoas com mais de 18 anos era de 677 vacinados.
OFERTA
Em Campo Grande, a vacina está disponível das 7h30min às 11h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira, em mais de 50 Unidades Básicas (UBS) e de saúde da família (USFs) espalhadas pelas sete regiões urbanas e distritos.
Vacina bivalente é um imunizante que protege contra a variante original da Covid-19 e contra as cepas que surgiram posteriormente, como a Ômicron. A diferença entre a bivalente e a monovalente é que a bivalente protege contra várias cepas da doença e a monovalente protege contra o vírus original. A monovalente foi aplicada durante toda a pandemia.
A bivalente só pode ser aplicada em pessoas que tomaram as pelo menos duas doses monovalentes. A vacina bivalente deve ser usada somente para dose de reforço. O intervalo entre doses bivalentes será a partir de 4 meses da última dose de reforço ou última dose do esquema primário (básico) com vacinas monovalentes.
NÚMEROS
E o desinteresse pela vacina certamente é explicado pela queda no número de casos, que por sua vez é atribuída à vacinação. Mato Grosso do Sul registrou 304 novos casos de covid na última semana, de acordo com o boletim divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) na terça-feira (2). Destes novos casos, 147 foram registrados na Capital, o que equivale a 21 registros por dia na cidade.
No mesmo período, uma nova morte foi registrada em Mato Grosso do Sul. A vítima foi um idoso de 78 anos que residia em Campo Grande e tinha doença cardiovascular crônica. Desde o começo da pandemia no Estado, em março de 2020, pouco mais de 11 mil pessoas morreram vítimas da doença.
O último boletim ainda mostra que 11 pessoas estão internadas no Estado, sendo nove em leitos clínicos e duas precisando de UTI para o tratamento. Desde o começo do ano, foram 18,4 mil casos confirmados e 99 mortes.
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