Dois dos três indígenas serão monitorados por tornozeleira eletrônica.

Justiça concede liberdade a indígenas presos por invasões em Dourados
Momento em que um dos presos chegava à delegacia; os três já foram soltos. / Foto: Leandro Holsbach

Após audiência de custódia, a Justiça Federal concedeu liberdade aos três indígenas presos nesta sexta-feira (09), acusados de liderar invasões em áreas particulares em uma Reserva Indígena de Dourados – distante a 221 quilômetros de Campo Grande.

Adilson Benites e Ivan de Oliveira Mariano vão ser monitorados por tornozeleira eletrônica. Silvia Benites também fica em liberdade, mas sem necessidade de monitoramento.

Segundo o Dourados Informa, os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Dourados e cumpridos por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil e agentes da Polícia Federal.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os guarani-kaiowá foram presos na “retomada Avaete”, localizada no entorno da reserva de Dourados. Durante a prisão de um dos investigados, a viatura da Polícia Civil chegou a ser apedrejada por outros indígenas.

Para lideranças da Aty Guasu, a principal organização política Guarani e Kaiowá, trata-se de mais uma forma de criminalizar as “legítimas reivindicações” do povo pela demarcação dos territórios tradicionais.

A Defensoria Pública da União em Mato Grosso do Sul informou que as detenções aconteceram em cumprimento a mandado de prisão preventiva decretada nos autos de n.º 5002681-63.2023.4.03.6002, em trâmite na 1ª Vara Federal (em sigilo). Além dos três detidos, outros dois indígenas estavam descritos na ordem de prisão, mas não foram localizados pelos policiais.

“Solicitamos ao Juízo Federal a habilitação da DPU para a defesa dos indígenas presos e o acesso aos autos, que não estão disponíveis ainda por haver sigilo processual decretado”, diz. A DPU acompanhou os indígenas na audiência de custódia e seguirá os defendendo no processo.