Criminosos foram alvos da Operação Facilem Vitam deflagrada pelo Garras na última segunda-feira (3).
Os quatro criminosos presos durante a Operação Facilem Vitam deflagrada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Resgate a Assaltos e Sequestros), em Campo Grande, tiveram a prisão preventiva decretada na manhã desta quarta-feira (5).
Eles foram presos na última segunda (3) com diversas armas, mais de R$ 20 mil em espécie, carros de luxo avaliados em mais de R$ 1 milhão e grande quantia de droga. A operação se deu após uma disputa pelo controle do tráfico na região sul de Campo Grande, que culminou em diversos assassinatos.
Na casa onde Raphael de Souza estava com a esposa foram encontrados 7,4 quilos de cocaína, 600 gramas de maconha e R$ 7,5 mil em espécie. Além disso, os policiais do Garras apreenderam diversas munições e armas, entre elas, espingarda, pistolas, aparelhos celulares, um veículo Saveiro, um Corsa e uma televisão.
Já no imóvel de Matheus Henrique Lemos Diniz foram encontradas munições, cases de armas de fogo, aparelhos celulares, veículos de luxo e dinheiro em espécie totalizando R$ 15 mil. Os itens estavam em um guarda-roupas dele e da namorada, que estava no local no momento da abordagem dos policiais.
E na manhã desta quarta-feira (5), os dois criminosos e suas companheiras passaram por audiência de custódia, ocasião em que a juíza de Direito, Eliane de Freitas Lima Vicente, decidiu pela prisão preventiva.
Defesa alega que presas têm filhos menores de 12 anos
A defesa das companheiras dos dois criminosos alegou que as duas possuem filhos menores de 12 anos que dependem de seus cuidados. O advogado Edgard de Souza Gomes argumentou que uma de suas clientes tem quatro filhos, sendo uma menina de 6 anos e meninos de 4, 7 e 11 anos.
Ainda, alegou que o filho de 7 anos foi atropelado em dezembro do ano passado e está passando por tratamento médico diariamente, que necessita da presença da mãe.
Já em relação a namorada do outro criminoso, a defesa pediu que fosse juntado uma certidão de nascimento e outros documentos da filha do casal, de 7 meses.
Após as alegações da defesa, o MPMS se manifestou a favor da prisão preventiva dos casais e argumentou que não foram colocados documentos que comprovem o suposto abandono material, moral e/ou psicológico das crianças que precisam ser supridas pelas genitoras.
Assassinatos e disputa acabaram em operação contra traficantes ‘ostentação’
A operação ocorreu depois de investigações da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e Proteção à Pessoa), onde apontava que Lucas Pereira da Costa mantinha contato com diversos traficantes e atuando, na maior parte das vezes, como fornecedor em grande escala, mas, também, por vezes, como traficante de pequena escala.
Lucas foi preso no dia 19 de dezembro de 2024, apontado como suspeito de homicídio, no bairro Moreninhas. Lucas estava residindo em um apartamento de alto padrão, na Rua Ricardo Brandão, quando foi preso. Durante as investigações, descobriu-se que Lucas tinha um fornecedor de cocaína em Corumbá.
Mensagens encontradas no celular de Lucas mostravam conversas frequentes com o fornecedor que estava com o contato salvo como ‘carro’. Entre as conversas pode-se notar que havia uma exigência de que a droga fornecida tinha que ser da marca ‘golfinho’.
Fotos de maços de dinheiro eram enviadas por Lucas durante a troca de mensagens entre comprador e fornecedor. As investigações também descobriram comprovantes de transferências altíssimas para aquisição de drogas em nome de uma empresa de construção civil, que era de propriedade de um casal, que servia de ‘laranja’ para a quadrilha.
Também apurou-se que o contato “Hendriky Bitoca” seria um dos sócios/fornecedores de cocaína para Lucas, também integrante da organização criminosa. O teor das conversas entre Lucas e “Hendriky Bitoca” se refere quase exclusivamente ao tráfico de entorpecentes, o que deixou claro no decorrer das investigações que Lucas faz o intermédio entre o fornecedor das drogas em Corumbá e “Hendriky Bitoca”.
Isto porque, no diálogo em conversas por áudios, “Hendriky Bitoca” encomenda o transporte do entorpecente, encaminhando os comprovantes de pagamento dos respectivos valores, através de transferências bancárias fracionadas.
Foi descoberto que o codinome ‘Hendriky Bitoca’ era usado por Matheus Henrique Lemos Diniz, dono de uma empresa distribuidora de bebidas, usada para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Outra empresa de fachada usada pela quadrilha, era de construção civil, para onde transferências bancárias altíssimas eram feitas.
A quadrilha ‘ostentava’ uma vida de luxo originada do tráfico de drogas e fazia movimentações financeiras milionárias, no valor de R$ 500 mil a R$ 3 milhões.
Apesar disso, quando interrogados na sede do Garras, os investigados alegaram que possuem renda de um salário mínimo.
“Alguns dos veículos estavam na garagem dos indivíduos, outros estavam em outros lugares para amostra. É uma forma de ostentação para o crime, os veículos foram avaliados em mais de R$ 1 milhão de reais. Uma das preocupações do Garras realmente foi desarticular e derrubar a parte financeira da organização criminosa, por isso a apreensão dos veículos”, afirmou o delegado Pedro Henrique Pillar Cunha durante coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (3).
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