A Justiça encontrou R$ 0,01 (um centavo de real) em uma conta do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação consta de planilha com resultados do rastreamento realizado pelo BC (Banco Central) por ordem do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância.
Moro mandou sequestrar R$ 53,5 milhões de Bumlai, preso preventivamente desde 24 de novembro. Ele é acusado formalmente de corrupção e gestão fraudulenta. Bumlai tomou empréstimo de R$ 12 milhões que no Banco Schahin em outubro de 2004, cujo destinatário final, segundo ele, foi o PT.
A busca determinada por Moro localizou em três contas do pecuarista R$ 4.427,54. Em uma conta havia: R$ 0,01. Outra tinha R$ 1.876,54. A terceira, R$ 2.550,99. O juiz classificou como pífio o resultado.
Bumlai e outros 10 investigados foram denunciados criminalmente pelo Ministério Público Federal na segunda-feira por corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de propinas na contratação sem licitação da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, negócio que teria sido fechado como "compensação" pelo empréstimo de R$ 12 milhões.
Os advogados de Bumlai alegam que não há motivos para que o empresário continue preso, já que confessou em depoimento à Polícia Federal que o empréstimo tinha por real destinatário o PT e que a quitação foi fraudulenta.
Apesar de reconhecer que a confissão do empresário poderá beneficiá-lo durante o processo, Moro discordou das alegações da defesa e afirmou que Bumlai ainda apresenta riscos à investigação penal. "Não há como controlar as atividades do acusado fora do cárcere considerando que as condutas supostamente delitivas foram praticadas sub-repticiamente e acobertadas por fraudes ainda não inteiramente descobertas".
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