Secretária de Saúde fechou laboratórios na Capital por não estarem de acordo com regras.
Os resultados negativos de testes para Covid-19 feitos em laboratório de análises particular de Campo Grande, em pessoas que foram infectadas pelo coronavírus - tendo inclusive uma delas sido internada em hospital de referência - deixou uma família inteira apreensiva. Depois que familiares foram infectados, internados e consequentemente testadas positivas para o contágio, o restante da família decidiu fazer o teste em um laboratório particular e os resultados negativos dos exames para a doença causada pelo coronavírus, surpreendeu a todos.
A testagem em massa não saiu barato. Foram 17 exames, a um custo total de R$ 3,6 mil. A surpresa de todos não foi, necessariamente, pelos resultados negativos em todos os 17 exames, mas sim por conta das pessoas entre os 17 que haviam sido comprovadamente contaminados. Depois de encaminhar um ofício ao laboratório, o contratante dos exames - que terá o nome preservado - solicitou que os exames fossem refeitos, ou que um esclarecimento fosse feito. “Esses resultados frios podem induzir a erros graves”, queixou-se a parte prejudicada.
Ele ainda ressaltou que a situação seria encaminhada às autoridades de saúde pública. “Outrossim esclarecemos que, caso não tenhamos uma resposta que atenda e esclareça as nossas incertezas, teremos que tomar outras atitudes, tais como recorrer aos conselhos de classe relativos aos profissionais envolvidos, como também aos órgãos públicos de controle e proteção do cidadão e às mídias de informação”, disse o contratante no ofício enviado ao laboratório particular.
Depois da expedição do ofício, o laboratório revelou que seus testes são provenientes de São Paulo (SP). Além disso respondeu ao contratante que os testes têm 92% de precisão e que a pessoa infectada estaria na margem de erro de 8%. A família refez o exame em outro laboratório e os resultados deram todos positivos - IgG Reagente - deixando demonstrado que todos tiveram contato com o vírus.
REDE PRIVADA
Os laboratórios privados também estão fazendo testes rápidos IgG/ IgM para a Covid-19. Na rede privada há os prós e os contras de se fazer esse tipo de exame. O contra, naturalmente, é ter de pagar pelo exame, que, em Campo Grande, é encontrado com preços entre R$ 300 e R$ 450, dependendo do estabelecimento.
A parte favorável é que a pessoa que tem a suspeita de estar infectada pelo coronavírus ou então já possuir anticorpos, não precisa enquadrar-se como paciente suspeito e sentir os primeiros sintomas - febre, falta de ar, tosse seca, dor de cabeça, coriza, entre outros - para realizar o exame.
Segundo levantado pelo Correio do Estado, a procura tem sido alta nesses locais, porém, o preço ainda afugenta os clientes. Alguns estabelecimentos ouvidos chegam a fazer uma média de cinco a oito atendimentos por dia. Os laboratórios chegaram a implantar a coleta domiciliar onde o cliente agenda a coleta e um profissional vai até a residência do contratante providenciar o material mediante o pagamento de uma taxa de cerca de R$ 30.
INTERDIÇÃO
Na Capital, dois laboratórios privados foram interditados pela Vigilância Sanitária do Estado por estarem realizando exames para diagnóstico da Covid-19 fora dos padrões exigidos. Um deles apresentava falsos positivos, ou seja, apontaram a presença do vírus enquanto o paciente não estava contaminado.
“Um deles tem sete dias para correr atrás da papelada e o outro não pode fazer exames tanto de biologia molecular e RT-PCR. Elas forneceram exames que não estavam dentro dos padrões exigidos pela SES [Secretaria de Estado de Saúde]”, explicou o secretário de estado de Saúde, Geraldo Resende, durante transmissão ao vivo do Governo do Estado.
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