O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), que investigue o caso.
Dezenas de corpos de civis foram encontrados espalhados pelas ruas da cidade de Bucha após a retirada das forças russas, informaram autoridades locais no domingo (3). A divulgação das imagens gerou uma onda de condenação por parte de líderes europeus, que pediram investigação dos militares russos, classificando o ocorrido de “atos terríveis”.
“O mundo já viu muitos crimes de guerra. Em momentos diferentes. Em diferentes continentes. Mas é hora de fazer todo o possível para tornar os crimes de guerra dos militares russos a última manifestação de tal mal na terra”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no domingo.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), que investigue o caso. Kuleba acusou as tropas russas de matar civis “por raiva” enquanto ocupavam e depois se retiravam de Bucha.
O presidente da França, Emmanuel Macron — que encara no próximo domingo o primeiro turno das eleições presidenciais –, disse nesta segunda-feira (4) que são necessárias mais sanções à Rússia.
Além de afirmar que havia “pistas muito claras” indicando que as forças russas eram responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia, o francês disse que é “seu desejo” ver um bloqueio total às exportações russas de carvão e petróleo para a União Europeia “esta semana”.
Os russos negaram as acusações de terem assassinado civis. O investigador-chefe da Rússia ordenou nesta segunda uma análise oficial do que chamou de “provocação” ucraniana depois que Kiev acusou os militares russos como responsáveis pelo massacre.
Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, ordenou que uma investigação fosse aberta com base no fato de que a Ucrânia havia espalhado “informações deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, disse o comitê em comunicado.
Falando a repórteres em uma teleconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os fatos e a cronologia dos eventos em Bucha não apoiam a versão dos eventos da Ucrânia e pediu que os líderes internacionais não se apressem em julgar.
Peskov disse que os diplomatas russos continuarão com seus esforços para convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que Moscou chamou de “provocações ucranianas” em Bucha, apesar de seu primeiro esforço para organizar tal reunião ter sido bloqueado.
A CNN não conseguiu confirmar de forma independente os detalhes sobre as mortes dos civis.
Vala comum
Uma vala comum foi revelada na cidade de Bucha, localizada nos arredores da capital ucraniana de Kiev, apurou a equipe da CNN. Inicialmente, os corpos foram enterrados em túmulos, nos terrenos da Igreja de Santo André e Pyervozvannoho Todos os Santos, nos primeiros dias da guerra, disseram moradores à CNN.
A CNN viu pelo menos uma dúzia de corpos em sacos empilhados dentro da vala. Alguns já estavam parcialmente cobertos. Segundo moradores, mais corpos já estão enterrados no local. Eles disseram que pertencem principalmente a civis mortos nos combates em torno de Bucha.
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