Ex-presidente discursou para apoiadores nesta segunda-feira.
O ex-presidente Lula (PT) declarou nesta segunda-feira (29) que irá à ONU (Organização das Nações Unidas) denunciar o “Estado de exceção” em que se encontra o Brasil, durante um ato com a presença de advogados e professores de direito.
Lula pretende levar à ONU denúncias de irregularidades durante o processo que o condenou na última quarta-feira (24) a doze anos de prisão, no caso em que é acusado de ser dono de um tripléx no Guarujá como “moeda de troca” com empreiteiras interessadas em negócios da Petrobrás.
Entre os pontos que serão denunciados está a rapidez no andamento da ação, o cerceamento do direito de defesa e os grampos das ligações telefônicas do escritório de advocacia que cuida do caso do petista, segundo o advogado de Lula, Cristiano Zanin.
“Temos visto sistematicamente direitos e garantias serem desprezados, não só no caso do ex-presidente Lula”, disse Zanin. Para o advogado, a Justiça ignorou provas da inocência do ex-presidente que foram apresentadas nos autos.
O representante de Lula na Comissão de Direitos Humanos da ONU, Geofrey Robertson, disse durante o evento, ocorrido na zona oeste de São Paulo, que o petista tem direito a um julgamento imparcial, como qualquer outro cidadão. Ele criticou Moro.
“Não há como o juiz Moro ser esse juiz [imparcial]”, afirmou ele. Robertson diz que Lula não quer imunidade e nem está acima da lei, mas que “tem direitos fundamentais e por isso deve ser tratado de maneira justa”.
O evento ocorreu no Instituto Lawfare, de Cristiano Zanin e Valeska Martins, também advogada de Lula. Estavam presentes filiados ao PT e apoiadores da candidatura de Lula, ameaçada pela condenação do TRF4 (Tribunal Regional da 4ª Região).
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