Os gastos da comitiva brasileira em Nova York para a 79ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) já chegaram a R$ 750 mil.

Lula leva comitiva com mais de 100 autoridades à ONU
Lula e comitiva brasileira na ONU / Foto: Ricardo Stuckert, PR

Os gastos da comitiva brasileira em Nova York para a 79ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) já chegaram a R$ 750 mil. Ao menos 100 pessoas acompanham o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no evento, entre autoridades e funcionários de ministérios e órgãos públicos.

O número considera dados do DOU (Diário Oficial da União) e do Painel de Viagens do MGI (Ministério da Gestão e Inovação), mas ainda é parcial e não tem todos os gastos. Será fechado ao fim da viagem, segundo a Secom. O levantamento é do jornalista André Shalders, do jornal O Estado de S. Paulo.

Conforme informações do poder 360º, até o momento, a viagem da comitiva brasileira custou R$ 750 mil, segundo o painel do MGI. Das 100 pessoas, só 15 apresentaram dados de diárias e passagens em voos comerciais. Outros 19 funcionários apresentaram apenas o valor das passagens, enquanto 65 não incluíram nenhum valor. A expectativa é que o painel seja atualizado nos próximos dias, inclusive com os gastos do avião presidencial de Lula.

O MGI teve o gasto mais elevado: R$ 61.000. O órgão enviou a ministra Esther Dweck e o secretário extraordinário para a Transformação do Estado, Francisco Gaetani. Sozinha, a passagem da ministra custou R$ 45.851,90. Os integrantes do ministério participam de reuniões com presidentes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do CAF (Banco de desenvolvimento da América Latina).

 

Ao Estadão, o órgão disse que a passagem foi comprada em 14 de agosto, por uma agência de viagens licitada. “É importante ressaltar que, nessa época do ano, as passagens para Nova York são mais caras em virtude da alta demanda”, declarou ao jornal.

Lula viajou para Nova York no sábado (21.set.2024), a bordo do avião presidencial. Estava acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim.

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, responsável pela segurança de Lula, é o órgão que mais enviou funcionários (31). Questionado, o GSI disse ao Estadão que viagens presidenciais demandam “um constante trabalho de análise e gestão de riscos para subsidiar ações que visam prevenir e neutralizar ameaças à segurança das autoridades protegidas”.

Já o Gabinete Pessoal do Presidente da República, responsável por atividades de secretariado, agenda e cerimonial, enviou 16 funcionários, dos quais 3 são assessores da primeira-dama Janja Lula da Silva, que chegou a Nova York 3 dias antes do marido para participar de painéis.

A Secom também enviou 16 profissionais ao evento da ONU. Dentre eles, o assessor de imprensa de Lula, José Chrispiniano, e o ex-chefe da Secom, Laércio Portela. Eles participam dos painéis paralelos à Assembleia sobre “integridade da informação digital” e “enfrentamento ao extremismo”. “Conforme o determina o decreto 940/1993, as despesas de hospedagem e de diárias das autoridades integrantes das comitivas oficiais do presidente e dos servidores integrantes de equipe de apoio em viagem ao exterior são custeadas pela dotação orçamentária do Ministério das Relações Exteriores”, informou a Secom.

Gastos de Lula com viagens
Em 2023, o Ministério das Relações Exteriores desembolsou ao menos R$ 65,9 milhões durante as 15 viagens presidenciais de Lula ao exterior. Em 2019, último ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL), foram R$ 38,8 milhões gastos em 10 viagens, R$ 27,1 milhões a menos. O petista ficou 62 dias fora do país em 2023 e viajou mais do que seu antecessor. Isso explica os custos maiores. Bolsonaro passou 38 dias no exterior em 2019. Os gastos médios por dia viajado para ambos se deram proporcionalmente. Foi de R$ 1,06 milhão para o petista e R$ 1,02 milhão para o ex-presidente.