A Austrália foi o primeiro país do mundo a obrigar fabricantes de cigarro a utilizarem embalagens genéricas, sem apresentação de marca ou logotipo, e com advertências sobre os males do fumo em destaque. A regra passou a valer em dezembro de 2012 e, esta semana, quase três anos depois, um estudo mostra que a medida foi eficaz para incentivar fumantes a abandonar o vício.
Outros trabalhos já mostraram que as embalagens neutras têm reduzido o apelo do cigarro aos jovens australianos – objetivo principal da iniciativa. Mas, de acordo com a pesquisa atual, publicada no periódico Tobacco Control, a medida também ajudou fumantes adultos a se engajarem em programas de combate ao tabagismo.
Entre abril de 2012 e dezembro de 2013, os pesquisadores entrevistaram mais de 5.000 fumantes com idade entre 18 e 69 anos, que foram contatados novamente cerca de um mês depois da conversa inicial. Eles foram separados em quatro grupos: para o primeiro, o “follow-up” ocorreu antes da implementação das embalagens genéricas; para o segundo, assim que a medida foi introduzida no mercado; para o terceiro, no fim do período introdutório; e, para o último, depois da implementação completa dos novos maços.
Os fumantes entrevistados durante ou após a introdução das embalagens genéricas no mercado foram mais propensos a dizer que tinham a intenção de parar de fumar, quando comparados aos fumantes procurados no início do estudo. Além disso, foram mais propensos a esconder o maço (em vez de deixá-lo à vista), a apagar o cigarro mais cedo e a parar de fumar, efetivamente.
Apesar dos resultados, os pesquisadores admitem que é preciso investigar se a tendência se manteve a longo prazo, ou se foi apenas fruto do impacto inicial gerado pelas novas embalagens. Vale lembrar que a adoção de maços genéricos vem sendo considerada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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